14/05/2021

Indicada por Bolsonaro, nova diretoria da Petrobras diz que não vai mudar política de reajustes



BRASÍLIA, DF - Sob nova direção, mas com planos de manter os mesmos pilares da gestão anterior. Esse foi o recado da nova diretoria da Petrobrás em seu primeiro encontro com investidores. Os novos executivos reforçaram o compromisso da petroleira com a venda de ativos, redução de dívida e alinhamento dos preços dos combustíveis às cotações internacionais do petróleo.

 

Indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, e no comando da Petrobrás desde abril, o general Joaquim Silva e Luna, não participou da etapa de perguntas durante a teleconferência com analistas para explicar o resultado da companhia no primeiro trimestre de 2021. Em um vídeo pré-gravado, o general destacou que vai trabalhar para que a estatal produza ao longo dos próximos mais petróleo do que em toda sua história.

 

A base da promessa são os reservatórios gigantes do pré-sal, principalmente o campo de Búzios, que no pico de produção vai extrair 2 milhões de barris diários da commodity, cerca de 65% da produção total da empresa atualmente, disse Luna no vídeo.

 

Continuidade, mesmo com mudança

 

As explicações ficaram a cargo da nova diretoria. Usando camisa branca com o logotipo da empresa, a diretoria da Petrobrás substituiu o presidente da companhia nos comentários sobre o balanço, buscando dar um tom de continuidade à gestão de Roberto Castello Branco, demitido por não atender às solicitações de Bolsonaro para redução de preços praticados pela estatal.

 

Apesar da troca de comando, a pressão continua e o governo busca uma solução para reduzir o preço do gás de cozinha, que chega a custar R$ 120 o botijão de 13 kg em algumas localidades. Durante o encontro com jornalistas, porém, a Petrobrás disse que não iria comentar o assunto.

 

Mais cedo, falando com analistas, o diretor de Comercialização e Logística da empresa, Cláudio Mastella, afirmou que não há necessidade de alterar a frequência de reajustes de preços dos combustíveis. "Não haverá mudança. A partir da observação de participação de mercado e competitividade vamos definir os preços. Não teremos uma frequência definida. Buscaremos competitividade e sustentabilidade do negócio", afirmou.

 

Segundo ele, a Petrobrás já adotou prazos mais curtos e mais longos de reajustes. Agora, está numa fase intermediária e deve se manter neste patamar. A política de reajustes de preço é tema de preocupação do mercado financeiro, atento a possíveis mudanças a serem impostas pelo novo comando da companhia.

 

Águas ultraprofundas

 

No encontro, o diretor Executivo de Exploração e Produção da Petrobrás, Fernando Assumpção Borges, informou que a companhia manifestou o interesse de preferência nos campos de petróleo de Sépia e Atapu, localizados na área da cessão onerosa no pré-sal da bacia de Santos. A inciativa, segundo o diretor, reforça a atuação da companhia na exploração de petróleo em águas ultraprofundas.

 

A empresa declarou esta semana que vai exercer o direito de preferência que tem direito que tem na compra dos dois campos, por já ter iniciado a exploração, com limite de 30%. Segundo ele, se o direito for exercido na totalidade, a Petrobrás vai pagar R$ 1,2 bilhão por Atapu e R$ 2,1 bilhões por Sépia.

Estadão

Notícias no seu email

Receba nossas notícias diretamente no seu email. Cadastre-se.

Newsletter