20/05/2021
Bolsonaro volta a defender cloroquina para tratar Covid-19 e chama imprensa de “canalha” e “idiota”
BRASÍLIA, DF – O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender
nesta quinta-feira, 20, o uso da cloroquina para combater a covid-19, remédio
sem eficácia comprovada para o tratamento da doença. Durante sua “live”
semanal, em que atacou o relator da CPI da Covid, senador Renan Calheiros
(MDB-AL), e a imprensa brasileira, classificada por ele de “canalha” e
“idiota”, Bolsonaro afirmou que tomou o remédio quando teve a doença e também
há poucos dias, quando se sentiu mal. O presidente, que tem 66 anos, já poderia
ter se vacinado contra a covid-19 desde o dia 5 do mês passado, mas não o fez. “Há poucos dias estava me sentindo mal. E antes mesmo de
procurar um médico, olha só que exemplo que estou dando, eu tomei depois,
aquele remédio. Que estava com sintoma. Tomei, fiz exame, não estava. Mas, por
precaução, tomei. Qual o problema? Eu vou esperar sentir falta de ar para ir
para o hospital?”, afirmou. Para não ter o vídeo derrubado pelas redes sociais,
Bolsonaro disse que não mencionaria o “nome daquele remédio”. As redes
classificam de fake news informações sobre o uso de cloroquina para covid. O chamado “tratamento precoce” com a cloroquina é uma das
bandeiras do governo federal no combate à pandemia, mesmo sem comprovação
científica da eficácia do medicamento contra a doença. Após analisar centenas
de estudos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu no mês passado que,
além de o produto não funcionar no tratamento contra a covid-19, seu uso pode
causar efeitos adversos, como arritmia cardíaca.
Na versão do presidente, porém, o medicamento é rejeitado
por ser “extremamente barato”, o que “prejudica os grandes negócios da
indústria farmacêutica no Brasil e no mundo”. Estadão
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