21/06/2021
Mãe que penhorou bebê em boca de fumo tinha dívida de R$ 200 com traficantes
PONTES E LACERDA, MT - O bebê resgatado por policiais em uma
boca de fumo em Pontes e Lacerda, a 487 km de Cuiabá, no último dia 08 deste
mês, foi penhorado pela mãe, de 28 anos, devido a uma dívida de pouco mais de
R$ 200 que ela tinha com os traficantes do local, conforme denúncias recebidas
pela Polícia Militar. O tenente-coronel que ajudou no resgate, Sandro Barbosa,
contou que a pessoa que estava com a criança na casa não tinha nenhum vínculo
sanguíneo com a família da mãe do bebê. “O que apuramos no momento da ocorrência é que a mãe
desesperada com a dívida de drogas, que não passava de R$ 300, deixou a criança
como forma de garantia de pagamento e o pessoal da casa aceitou. Mas não se
pode mensurar o valor de uma vida humana”, disse. A denúncia sobre a penhora chegou ao Conselho Tutelar por
meio de testemunhas. Em seguida, a Polícia Militar foi acionada para fazer o
resgate. A mãe ainda não foi localizada. “A mãe é uma viciada conhecida na cidade há mais de 10 anos.
Ela teve cinco filhos e perdeu a guarda de todos, com exceção de um que morreu
ainda criança”, contou. Segundo o tenente, apesar do depoimento de testemunhas e indícios
colhidos no local, os policiais não puderam prender as duas mulheres que
estavam com o bebê na casa. Elas negaram que estavam com a vítima como forma de
pagamento. “De um lado temos uma denúncia anônima e de outro lado temos
as pessoas negando essa penhora. Elas alegam que conhecem a mãe da criança e
que estavam apenas fazendo um favor de cuidar, mas sabemos que a realidade não
é essa. Se a mãe não aparecesse para pagar a dívida, eles ficariam com a
criança”, pontuou. A casa onde estava o bebê já foi alvo de denúncias de
tráfico de drogas duas vezes, segundo a polícia. Retirada da guarda e
adoção O policial disse ainda que já há um processo em andamento
para que o bebê resgatado também seja retirado do convívio da mãe. Em seguida,
ele deve ser encaminhado para adoção. Na segunda-feira (7), o juiz Cláudio Deodato Rodrigues
Pereira, da 2ª Vara de Pontes e Lacerda, havia retirado temporariamente a
guarda da criança da mãe. A decisão atendeu a um pedido do Ministério Público de Mato
Grosso (MPE) que já tinha conhecimento das atitudes de negligência da mulher. O primeiro filho dela morreu aos 2 anos, o segundo e o
terceiro estão com pessoas que não são da família dela. Uma quarta criança está
em um abrigo. O MPE soube que ela estava frequentando bocas de fumo com o
filho recém-nascido e entrou com o pedido na Justiça de Mato Grosso.
De acordo com a Justiça, o bebê estava sob os cuidados da
avó materna que tem problemas cardíacos e não pode cuidar com o neto. G1, com Foto: Divulgação/PMMT
|