RIO DE JANEIRO, RJ – A nomeação da médica Mara Regina Cordeiro Pezzino para a direção do Hospital Federal de Ipanema, localizado na zona sul do Rio de Janeiro, que é vinculado ao Ministério da Saúde, foi revogada nesta quarta-feira (21) pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. A nomeação havia sido publicada na edição desta terça-feira (20) no Diário Oficial da União. 

A revogação veio menos de 24 horas depois da nomeação, após repercussão negativa devido ao fato de a médica ser defensora da cloroquina para tratamento da Covid-19. O medicamento não tem eficácia comprovada para tratamento da doença. 

A ineficácia contra a Covid-19 vem sendo alertada desde o início da pandemia pela Organização Mundial da Saúde – OMS e por cientistas do mundo inteiro. Porém, só na semana passada, mais de um ano e meio após o início da pandemia, é que o Ministério da Saúde do Brasil reconheceu que a cloroquina e a hidroxicloroquina não tem eficácia comprovada contra a doença, em documento enviado pela pasta à CPI da Covid no Senado Federal. 

Esse reconhecimento, porém, veio após muita insistência por parte do presidente Jair Bolsonaro em defender a cloroquina, inclusive com o incentivo à ampliação na produção do medicamento, com dinheiro público, para distribuição em todo o país, fato que gerou investigação por parte da CPI da Covid no Senado. 

A médica Mara Regina é signatária de um documento publicado no ano passado intitulado “Manifesto em defesa da Vida e do tratamento pré-hospitalar da Covid”, que defende o uso de cloroquina no combate à Covid-19. 

Órgãos de imprensa como o portal G1 e a rádio CBN tentaram entrar em contato com a médica, com o hospital e com o próprio Ministério da Saúde para comentar o assunto, mas não obtiveram resposta. Da mesma forma, a imprensa procurou saber o motivo da revogação, mas da mesma forma que a nomeação não foi explicada, a revogação da nomeação também ficou sem explicação.

Da Redação, com Foto Reprodução/Redes Sociais