23/01/2021
Bolsonaro não teve coragem de cumprir promessa e não comprar vacina produzida na China, diz Rodrigo Maia
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que
faltou coragem ao presidente Jair Bolsonaro para concretizar sua promessa de
não comprar a vacina chinesa e afirmou que o ministro da Saúde, Eduardo
Pazuello, fez um papelão no enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. Ele
parabenizou o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o Instituto
Butantan pelo início da vacinação da população no Estado no domingo, 17. Maia lembrou que Doria foi muito criticado por Bolsonaro e
seus apoiadores nas redes sociais por ter firmado uma parceria com o
laboratório chinês Sinovac para a produção da vacina – cuja distribuição aos
Estados começou nesta segunda-feira, 18. Em várias oportunidades, Bolsonaro se
mostrou contrário à Coronavac, dizendo que o imunizante era a “vacina chinesa”
do João Doria. Ao longo da pandemia, Bolsonaro questionou a origem da vacina,
colocou em dúvida a segurança do imunizante e chegou a comemorar a interrupção
dos testes da Coronavac nas redes sociais. “O presidente da República disse várias vezes que não
compraria a vacina chinesa, que quem mandava era ele, mas na hora da verdade a
coragem não é tão grande. Não é isso? É corajoso até uma parte da história”,
afirmou Maia. “Apesar do papelão do ministro Pazuello, agora querendo capturar
o tema das vacinas, pelo menos eles compraram as vacinas”, acrescentou. Maia ironizou ainda a indicação de Pazuello para o
Ministério da Saúde, escolhido segundo o presidente, por sua especialização em
logística. “Não tem planejamento no governo federal”, disse. Sobre o caos no sistema de saúde em Manaus, onde a falta de
oxigênio em 14 de janeiro levou à morte de pacientes por asfixia, Maia lembrou
que a responsabilidade pela coordenação do Sistema Único de Saúde (SUS) é do governo
federal. Maia ressaltou que alguns laboratórios enviaram propostas de
venda de vacinas ao governo federal por e-mail e que nunca tiveram resposta.
“Não se acreditava nesse tema, na importância da vacina. O que me estranha é
que o ministro Pazuello, com quem tenho uma boa relação, acho que é bom
militar, mas o motivo que o levou ao ministério, que era ser um homem bom de
logística, provou-se um fracasso, pelo menos até o momento”, afirmou.
“Se ele fosse bom de logística, ele teria organizado e
planejado, acompanhando os indicadores de crescimento do problema em Manaus e
outras regiões de forma a não faltar insumos para o trabalho dos profissionais
de saúde”, finalizou. Istoé
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