25/01/2021
Médico alerta: vacinados também podem espalhar Covid-19 e devem continuar seguindo regras de distanciamento
Pessoas que receberam a vacina contra a Covid-19 ainda podem
transmitir o vírus para outras pessoas e devem continuar seguindo as regras de
distanciamento social, advertiu o vice-diretor médico da Inglaterra Jonathan
Van-Tam. Em artigo no jornal Sunday Telegraph, Van-Tam enfatizou que
os cientistas "ainda não sabem qual é o impacto da vacina na
transmissão". Ele disse que as vacinas oferecem "esperança":
segundo o governo do Reino Unido, 75% das pessoas com mais de 80 anos no país
já tiveram a primeira dose da vacina. À BBC, o ministro da saúde Matt Hancock disse que cerca de
três quartos dos moradores de lares de idosos do país também foram vacinados. Segundo Van-Tam, disse que "nenhuma vacina nunca
foi" 100% eficaz. Portanto, segundo o especialista, não há garantia de
proteção. É possível contrair o vírus no período de duas a três
semanas após receber uma injeção, disse ele. Também segundo o médico, é "melhor" esperar
"pelo menos três semanas" para que uma resposta imunológica se
desenvolva totalmente em pessoas mais velhas. "Mesmo depois de receber as duas doses da vacina, você
ainda pode passar a Covid-19 a outra pessoa e as cadeias de transmissão
continuarão acontecendo", escreveu o professor Van-Tam. "Se você mudar seu comportamento, ainda poderá espalhar
o vírus, manter o número de casos elevado e colocar em risco outras pessoas que
também precisam da vacina, mas estão mais mais atrás na fila." Intervalo entre doses Nesta semana, médicos pediram às autoridades de saúde na
Inglaterra que reduzissem o intervalo entre a primeira e a segunda doses da
vacina Pfizer-BioNTech. O intervalo máximo foi estendido pelo governo de três para
12 semanas. O objetivo era garantir que mais pessoas recebessem a primeira dose
com maiss velocidade em todo o Reino Unido. Mas a Associação Médica Britânica disse que é "difícil
de justificar" esta política e defendeu que a diferença seja reduzida a
seis semanas. O presidente da associação, Chaand Nagpaul, disse à BBC que
há "preocupações crescentes" de que a vacina possa se tornar menos
eficaz com doses de 12 semanas de intervalo. O vice-diretor médico do governo inglês respondeu às
críticas com uma pergunta. "Aqueles que estão no grupo de risco devem ter acesso
mais lento à sua primeira dose para que alguém que já tenha tomado uma dose (e,
portanto, a maior parte da proteção) possa obter a segunda?" Quase 6 milhões de
vacinados Mais de 5,8 milhões de pessoas no Reino Unido receberam sua
primeira dose de uma vacina, de acordo com dados oficiais do governo sobre o
coronavírus. O serviço de saúde pública da Inglaterra anunciou a abertura
de 32 novos locais de vacinação em todo o país a partir de segunda-feira. Eles incluem o museu Black Country Living, de Dudley, que
também serviu de cenário para a série de TV Peaky Blinders, o estádio Home Park
do time Plymouth Argyle FC e uma loja de uma megarede de móveis e decoração em
Stratford, Londres. Os novos postos elevam para 49 o número de locais de
vacinação em massa em toda a Inglaterra - além de 70 farmácias, mais de mil
consultórios de clínica geral e 250 hospitais, que também oferecem a vacina. Na Escócia, mais de um terço das pssoas com maiss de 80 anos
receberam a vacina. Na Irlanda do Norte, o total de vacinados neste grupo
supera 50%. Variante encontrada
no Reino Unido pode 'matar mais' O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johson, disse
nesta sexta (22/01) que a nova variante do coronavírus descoberta no país pode
matar mais do que as linhagens já conhecidas, de acordo com novas evidências
científicas que estão surgindo. Os dados foram coletados e analisados por pesquisadores do
NERVTAG (sigla em inglês para Grupo de Aconselhamento para Ameaças de Vírus
Respiratórios Novos e Emergentes), que repassou as informações para o governo. No entanto, as pesquisas continuam em seu estágio
preliminar. Outros estudos já haviam mostrado que essa nova variante pode se
espalhar com mais facilidade do que outras versões do vírus. A nova cepa surgiu em setembro no interior do Reino Unido,
foi identificada em dezembro e, desde então, se tornou a principal versão do
vírus na Inglaterra e na Irlanda do Norte — e se alastrou para mais de 50
países.
"Além de se espalhar mais rápido, agora parece que há
evidências de que a nova variante pode estar associada com uma taxa maior de
mortalidade", disse o primeiro ministro. BBC
|