26/01/2021
Empresários e líderes de igrejas evangélicas criticam Bolsonaro na crise sanitária, e luz amarela acende no Planalto
Empresários e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro
passaram a reclamar da conduta dele na crise sanitária de Covid-19 diretamente
ao Palácio do Planalto, fazendo acender a luz amarela dentro do governo. Segundo assessores presidenciais, as queixas começaram a ser
feitas com maior intensidade nas últimas semanas e chegaram ao presidente. No empresariado, as reclamações estão sendo feitas tanto por
empresários não bolsonaristas, mas que apoiam a agenda econômica do governo,
quanto pelos bolsonaristas. Eles estão se queixando principalmente da lentidão do
programa de vacinação e do risco de falta de vacinas. Avaliam que o presidente
Bolsonaro tem responsabilidade no agravamento da crise e pedem correções de
rumo. "Os empresários, bolsonaristas e não bolsonaristas,
estão mandando o recado de que o presidente precisa mudar, porque a crise está
se agravando e a vacinação é que irá garantir a recuperação da economia. Sem
ela, o país vai travar de novo. É o alerta que os empresários estão
fazendo", disse ao blog um interlocutor do presidente da República. Outros grupos de apoiadores também estão reclamando
diretamente ao Palácio do Planalto pelo agravamento da crise, entre eles, o
grupo dos evangélicos. Os pastores reclamaram com a equipe presidencial que, sem
vacinação em massa, o país não voltará à normalidade, e as atividades, como os
cultos nas igrejas, vão seguir paralisadas. Líderes de igrejas evangélicas avaliam que o governo precisa
se empenhar mais para resolver o problema da falta de vacinas, principalmente
nas negociações com a China para liberação dos princípios ativos que vão
permitir a fabricação de vacinas no país pelo Instituto Butantan e Fiocruz. Além das queixas diretas ao Planalto, a última pesquisa
Datafolha, mostrando que a avaliação negativa do governo subiu de 31% para 40%,
ultrapassando a positiva, que caiu de 37% para 31%, também serviu como um
alerta dentro do governo de que é preciso fazer correções de rumos.
"O presidente precisa mudar a sua postura, porque agora
ele começou a perder apoio entre seus apoiadores", acrescentou um
interlocutor presidencial. Valdo Cruz/G1
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