13/10/2021
Bolsonaro contraria orientação da ciência e diz que não tomará a vacina contra a Covid-19
BRASÍLIA, DF - O presidente Jair Bolsonaro afirmou que
decidiu não se vacinar contra a Covid-19. A declaração foi dada em entrevista
na noite de terça-feira (12) à rádio "Jovem Pan". Bolsonaro argumentou que tem anticorpos contra a doença
porque já teve Covid-19, o que tornaria a vacinação desnecessária. Especialistas, entretanto, recomendam que mesmo quem já teve
Covid tome a vacina. A razão para isso é que a vacinação produz uma imunização
mais duradoura do que a resultante de infecção natural pela doença. Além disso, a vacinação, apontam os cientistas, deve
mobilizar a sociedade inteira para ser mais eficiente. A pessoa que se vacina
não está protegendo só a si mesma, mas também aos demais, na medida em que
contribui para restringir a circulação do vírus. Tanto que, de acordo com a
ciência, uma vacinação efetiva deve contar com mais de 80% de adesão da
população. Até então, Bolsonaro vinha dizendo que seria o último
brasileiro a ser vacinado. Agora, diz que não se vacinará. "No tocante à vacina, eu decidi não tomar mais a
vacina. Eu estou vendo novos estudos, eu estou com o meu, a minha imunização
está lá em cima, IGG está 991. Para que eu vou tomar uma vacina? Seria a mesma
coisa que você jogar na loteria R$ 10 para ganhar R$ 2. Não tem cabimento isso
daí”, disse o presidente à rádio. Bolsonaro tem 66 anos de idade, dentro do grupo de risco
para Covid-19. O presidente é crítico da obrigatoriedade de receber a vacina e
defende o tratamento da doença com medicamentos cuja ineficácia é comprovada
pela ciência.
No mês passado, por não estar vacinado, o presidente teve de
encarar restrições durante viagem a Nova York para participar da Assembleia
Geral das Nações Unidas (ONU). Na oportunidade, a primeira-dama Michelle
Bolsonaro foi vacinada nos EUA, sendo alvo de críticas por políticos e
especialistas no Brasil. g1, com foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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