22/10/2021
Depois de fritar Paulo Guedes, ala política do governo diz que ele perdeu credibilidade
BRASÍLIA, DF - Ministros da área política estão tentando
levar ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) uma opção para substituir
Paulo Guedes, como adiantou o colunista da GloboNews, Valdo Cruz. Eles avaliam
que o titular da Economia está muito enfraquecido e perdeu a credibilidade
junto ao mercado. Aí está a contradição, pois Paulo Guedes foi pressionado
justamente pela área política do governo Bolsonaro a ceder e permitir
alterações no teto de gasto para garantir o auxílio de R$ 400 que o presidente
prometeu. Essa concessão – que ficou evidente na quarta-feira (20),
quando Guedes falou em "licença" para não cumprir o teto de gastos –
contribuiu para o desgaste do ministro da Economia junto ao mercado. Desgaste que se somou ao causado pela dificuldade do
"posto Ipiranga" – como Bolsonaro costuma se referir ao seu ministro
da Economia – em cumprir as promessas que fez, como a privatização da estatais
e a adoção de uma política de não intervenção nos preços. A ideia de ministros do entorno do presidente é apresentar a
Bolsonaro um nome forte que tenha apelo junto ao mercado e que possa trazer de
volta a credibilidade à equipe econômica. Como o presidente resiste na saída de Paulo Guedes e Paulo
Guedes diz que não vai sair, eles acham que levando ao presidente uma opção com
boa interlocução no mercado, eles conseguem mais facilmente convencê-lo. A dificuldade, no entanto, é encontrar alguém que aceite a
função de ministro da Economia em um momento em que a política tem falado mais
alto do que a economia, por conta da proximidade da eleição de 2022, e da
pressão por aumento de gasto. Os ministros da área política já vinham em embate grande com
Guedes há meses, por conta das discussões sobre qual seria o valor do Auxílio
Brasil – nome que Bolsonaro quer dar ao substituto do Bolsa Família.
"Paulo Guedes está prometendo há 1 ano uma solução.
Estamos a 2 meses de acabar o ano, e ano que vem, por causa da eleição, não
podemos lançar um programa social novo", disse um ministro da área
política ao blog. Julia Duailibi/g1, com foto: Washington Costa/Asscom-ME
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