07/11/2021

Avião com Marília Mendonça perdeu sustentação após bater em linha de transmissão, diz especialista



BELO HORIZONTE, MG - A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) disse neste sábado (6) que a linha de distribuição atingida pela aeronave que caiu em Caratinga, deixando a cantora Marília Mendonça e mais quatro pessoas mortas, está fora da zona de proteção do aeroporto da cidade, nos termos da portaria do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea). 

A zona de proteção é a área de entorno sujeita a restrições para que aeródromos possam operar com segurança. 

A Cemig afirmou que "segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e regulamentação em vigor em todos os seus projetos" e que "as investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente". 

Nesta sexta-feira (5), a companhia confirmou que o avião atingiu um cabo de uma torre de distribuição em Caratinga. 

O g1 questionou o Decea sobre o assunto e aguarda retorno. 

A Aeronáutica apura diversas hipóteses para o acidente aéreo. O avião, um bimotor King Air da Beech Aircraft, fabricado em 1984, decolou de Goiânia e caiu em uma cachoeira a cerca de 2 quilômetros da pista onde faria o pouso, segundo a Polícia Militar de Minas Gerais. A aeronave tinha capacidade para 4,7 mil quilos e podia levar até 6 passageiros. 

Informações preliminares relatadas por pilotos que sobrevoaram a região próximo ao momento do acidente e também de testemunhas são de que o avião "rasgou" fios de alta tensão. 

Relatos indicavam riscos em região 

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião de Marília Mendonça estava com a documentação em dia e tinha autorização para fazer táxi aéreo. 

Nos meses anteriores ao acidente, outros pilotos haviam relatado aos órgãos aéreos da região que os fios elétricos poderiam atrapalhar o pouso no aeródromo de Caratinga. São relatos chamados Notam (Notificação Aeronáutica) que indicam dados sobre riscos e alertam outros pilotos que se dirigem à região sobre perigos para operar no local. 

Uma testemunha do acidente, que também é piloto, relatou às autoridades que o avião da cantora teria perdido um dos dois motores após colidir contra os fios, e o impacto fez com que a aeronave perdesse sustentação. 

As causas do acidente serão apuradas. Peritos foram enviados ao local pela Aeronáutica e pela Polícia Civil de Minas Gerais. 

Adeus precoce 

As músicas de Marília Mendonça arrebataram o Brasil com letras e melodias intensas e românticas. Ela liderou uma reviravolta feminina no mercado sertanejo, que impôs mulheres como protagonistas do estilo até então dominado quase apenas por homens, a partir de 2016, no chamado "feminejo". 

Marília nasceu em Cristianópolis (GO) em 22 de julho de 1995. Entre os seus grandes sucessos, que a colocaram como uma das cantoras mais ouvidas do país, estão “Infiel”, "De quem é a culpa?' e “Eu sei de cor”. Marília deixa um filho, Léo, que completa dois anos em dezembro. 

Notas da assessoria 

Por volta das 16h30 de sexta (5), a assessora de imprensa de Marília Mendonça informou ao g1 que a cantora e todos que estavam no avião já teriam sido resgatados e que todos estavam bem. A assessora voltou a confirmar a informação às 16h50. Por volta das 17h15 a assessora disse que havia perdido o contato com o empresário da cantora e que não podia mais confirmar a informação de que ela estava bem. Às 17h45, a assessora informou em nota oficial que a cantora havia morrido. 

Antes de embarcar, Marília Mendonça fez um vídeo em que aparecia entrando no avião e publicou no Twitter.

g1, com foto: Reprodução/Cemig

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