20/11/2021
Nilda Gondim cobra providências do Ministério da Saúde em defesa da vida dos povos Yanomamis
BRASÍLIA, DF - Em pronunciamento no Senado Federal na semana
que passou, a senadora Nilda Gondim (MDB-PB) fez um apelo ao Ministério da
Saúde para sejam tomadas todas as providências necessárias ao restabelecimento
do equilíbrio sanitário das comunidades yanomamis que integram a maior reserva
indígena do Brasil – localizada entre os Estados de Roraima e Amazonas, na
região Norte do País, na fronteira com a Venezuela. Alvo de garimpo ilegal de ouro desde a década de 1980, a
área é marcada por conflitos armados, desmatamentos e degradação de florestas,
contaminação de rios, desnutrição (especialmente de crianças) em face da
escassez de alimentos, e proliferação de doenças que já deveriam ter sido
banidas do território brasileiro, com destaque para a malária, que continua
matando indígenas em pleno Século XXI, mesmo se tratando de uma patologia de
tratamento conhecido e eficaz. Apesar do aparente isolamento dos povos yanomamis em relação
ao conjunto da população brasileira, a Covid-19 também chegou à região, levada
por garimpeiros contaminados pelo coronavírus, e continua infectando e matando
indígenas, sem que providências urgentes e eficientes sejam tomadas pelo
governo federal. Sofrimento e abandono Indignada com a situação, Nilda Gondim afirmou que o
sofrimento e o abandono do povo yanomami põem em dúvida a crença de que a
sociedade brasileira seja realmente uma sociedade civilizada. “Do alto do nosso
egocentrismo, até quando manteremos vivo o autoengano que nos faz crer que
compomos uma civilização avançada, enquanto toleramos que crianças indígenas
yanomamis sofram a dor da fome, da desnutrição crônica e do abandono
sanitário?”, questionou a senadora paraibana. Citando reportagem exibida em programas jornalísticos da TV
Globo, que destacaram a situação de penúria vivida pela comunidade yanomami,
Nilda Gondim lamentou que o governo federal, que deveria prestar a devida
assistência aos povos indígenas, em todos os níveis (sanitário, educacional,
alimentício, de moradia etc.), se mantenha inteiramente indiferente ao
sofrimento dos yanomamis, assim como de todas as demais camadas mais
vulneráveis da população brasileira. Referindo-se especificamente ao abandono e à exposição a
doenças que penalizam as comunidades yanomamis, a senadora emedebista citou
como exemplo de irresponsabilidade e desumanidade inaceitáveis a ausência de
medidas simples como o abastecimento, por parte do governo federal, dos postos
de saúde que deveriam socorrer os enfermos que necessitam de assistência
médica. “E o pior de tudo é que os postos de saúde, além de desabastecidos,
possuem estrutura física extremamente precária”, acrescentou. Nilda Gondim também destacou informação de reportagem da TV
Globo segundo a qual “estudo da Fiocruz constatou que oito a cada dez crianças
yanomamis estão acometidas de desnutrição crônica”. Ela disse ser lamentável
que, “em pleno século XXI, o governo brasileiro continue permitindo que 80% das
crianças de uma comunidade estejam em grave estado de desnutrição, e ainda que
essas crianças sofram com altos níveis de infestação por parasitas e, o que é
ainda mais grave, com a contaminação pelo mercúrio utilizado pelos garimpeiros
ilegais que atuam na reserva”.
Complementando o seu pronunciamento, a senadora enfatizou:
“Não venho a este Parlamento, hoje, fazer uma simples crítica política ou de
cunho gerencial ao governo. Venho apelar para que o Ministério da Saúde tome
todas as providências necessárias ao restabelecimento do equilíbrio sanitário
das comunidades yanomamis. Tais providências são fundamentais, não apenas para
salvaguardar a saúde e a dignidade dos indígenas, mas também para manter viva a
nossa esperança de estarmos caminhando para a formação de uma sociedade, de
fato, civilizada”. Assessoria, com foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
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