28/11/2021
Jovem de 28 anos que mandou matar o pai a tiros pode perder direito à herança
BELO HORIZONTE, MG - O Ministério Público de Minas Gerais
(MPMG) ajuizou uma ação de exclusão de herdeiro por indignidade contra Matheus
Andrade Gonçalves, de 28 anos. Apontado como o mandante do homicídio duplamente
qualificado do próprio pai, o filho foi condenado a 20 anos de prisão pelo
Tribunal do Júri de Ipatinga, no Vale do Aço, na semana passada. Conforme a denúncia, oferecida pela 11ª Promotoria de
Justiça da cidade do interior mineiro, o aposentado Evenilson Gonçalves, de 48 anos,
morreu na porta de casa, executado com três tiros na cabeça. O crime ocorreu em 2018, no Bairro Bom Retiro, e foi
motivado pelo interesse do sentenciado nos bens que a vítima deixaria. Matheus,
que já estava preso preventivamente, não poderá recorrer em liberdade. Agora, em um novo capítulo, o Ministério Público mineiro
informou nessa sexta-feira (26/11) que requereu à Justiça uma declaração de
indignidade do filho. Com isso, a expectativa é que ele tenha seu direito
sucessório à herança anulado. O Ministério Público também relata que “a irmã adolescente
do condenado sofreu grande abalo pelo assassinato do pai ter sido praticado
pelo próprio irmão e, além disso, com frieza e crueldade”. Para a promotoria, a
situação deixa danos irreparáveis. Por fim, o MPMG também esclareceu que a Defensoria Pública
foi intimada para tomar conhecimento dos fatos e, caso necessário, “intervir
pela proteção integral e curadora dos interesses da adolescente, irmã do
condenado”. O dia do crime No dia 27 julho de 2018, no Bairro Bom Retiro, em Ipatinga,
três homens, a mando do filho da vítima, foram para a porta da residência onde
morava o aposentado Evenilson Gonçalves, de 48 anos. Inicialmente, dois dos
autores desembarcaram do veículo em que estavam para vigiar o alvo. No momento em que o homem ia guardar o carro na garagem do
imóvel, ele foi surpreendido por um dos autores, que iniciou os disparos. Além
dos três tiros que atingiram a cabeça de Evenilson, outros quatro acertaram as
pernas e a mão dele.
Na sequência, todos fugiram. O veículo usado na ação
criminosa pertencia a um homem de 37 anos que foi inocentado. Conforme a
Justiça, ele sabia do plano de homicídio em curso, mas não teve participação
direta. Os outros três acusados ainda
irão a julgamento. EM, com foto: Wellington Fred/Jornal Diário do Aço
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