12/12/2021
Triplex atribuído a Lula está sendo sorteado na internet, com cotas que custam menos de R$ 20
GUARUJÁ, SP - O tríplex no Guarujá (SP) atribuído ao
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) será sorteado na internet em 2022.
De acordo com o anúncio, os interessados têm de pagar uma mensalidade de R$
19,90 para participar. O banner da página apostou em um tom sarcástico para
atrair participantes. "Vire a chave do tríplex mais famoso do Brasil",
diz o anúncio. "Triplex do Guarujá. Nenhum outro imóvel do Brasil é tão
facilmente identificado quando o apartamento 164-A do Condomínio Solaris, de
frente para a praia mais famosa do litoral paulista. Nos últimos anos, ele foi
pivô da maior controvérsia da Operação Lava Jato", destaca o chamamento. O ganhador que faturar o apartamento vai virar dono do
imóvel sem desembolsar um centavo a mais além desse preço. Em maio de 2018, o
apartamento foi arrematado por R$ 2,2 milhões, o valor mínimo determinado pela
Justiça Federal, em um leilão. Selado, sequestrado e leiloado, o apartamento foi arrematado
pelo empresário Fernando Gontijo. "Esse imóvel tem seu próprio valor, que
é o de qualquer outro com 215 metros quadrados na praia do Guarujá, e tem
também o valor histórico, de ter sido motivo de tanta controvérsia na história
recente do nosso país", diz o empresário. "Qualquer pessoa pode participar. Eu ficaria muito
feliz se o triplex acabasse nas mãos de uma família pobre, que pudesse mudar
para sempre a vida dessa família, e assim chegasse a seu enredo final",
destaca Gontijo. Caso tríplex No caso do tríplex, Lula foi acusado de "lavagem de
dinheiro, corrupção ativa e passiva, envolvendo o pagamento de reforma,
ocultação e dissimulação da titularidade do apartamento 164-A, tríplex, e do
beneficiário das reformas realizadas". Além de Lula, os outros réus do processo eram: Marisa
Letícia Lula da Silva, esposa do petista morta em 2017; o presidente do
Instituto Lula, Paulo Okamotto; os ex-presidentes da OAS José Adelmario
Pinheiro Filho, Agenor Franklin Magalhães Medeiros, Fabio Horia Yonamine e
Roberto Moreira Ferreira. Na semana passada, o Ministério Público Federal reconheceu a
prescrição do processo contra o ex-presidente e sugeriu o arquivamento do caso.
A manifestação, assinada pela procuradora da República Marcia Brandão
Zollinger, ainda citou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que
considerou suspeita a atuação do ex-juiz Sérgio Moro na ação. No pedido, o MPF cita a decisão do STF que anulou as
condenações de Lula e destacou a conduta de Moro, agora pré-candidato do
Podemos à Presidência da República, que foi declarado suspeito de parcialidade.
Segundo o Ministério Público, a Corte "decretou a nulidade de todos os
atos decisórios" do então juiz federal Sergio Moro, "razão pela qual
foram tornados sem efeito todos os atos que consubstanciaram marcos
interruptivos da prescrição". Anulação Em março deste ano, o ministro Edson Fachin, do STF, anulou
as condenações feitas pela Justiça Federal do Paraná contra o petista. Lula foi
condenado a mais de 12 anos de prisão. Na época, entre 2013 e 2017, a 13ª Vara
Federal de Curitiba julgou os casos envolvendo o triplex do Guarujá, o sítio de
Atibaia e duas ações ligadas ao Instituto Lula, que supostamente foram
utilizados para lavagem de dinheiro e corrupção pelo ex-presidente.
De acordo com Fachin, a 13ª Vara Federal de Curitiba, então
conduzida por Sergio Moro e depois por Gabriela Hardt, não era "juiz natural"
dos casos. Isso sustentou a decisão do ministro em anular as condenações do
ex-presidente, visto que os processos não cabiam ser julgados pela Justiça do
Paraná - apenas aqueles crimes praticados contra a Petrobras. EM, com foto: Reprodução/lula.com.br
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