25/12/2021
Centrão vê negacionismo com vacinas desidratar Bolsonaro e aguarda “efeito Auxílio Brasil” para redefinir apoio em 2022
BRASÍLIA, DF - Líderes dos principais partidos do centrão,
bloco que sustenta o presidente Bolsonaro no Congresso, têm demonstrado muita
preocupação com as mais recentes pesquisas internas do governo a respeito da
avaliação do presidente junto ao eleitorado, principalmente em relação à sua
posição sobre vacina no combate à Covid. Um dos mais próximos auxiliares do presidente disse ao blog
que há pesquisas internas mostrando que, se Bolsonaro se vacinasse, sua
avaliação poderia melhorar – por isso, esses aliados gostariam de convencer o
presidente a se imunizar. No entanto, até essa estratégia divide o grupo: um
integrante da cúpula da Câmara cogitou telefonar ao presidente para que ele
recuasse a respeito da objeção ao passaporte da vacina – mas desistiu por não
acreditar em recuo do seu negacionismo. “Bolsonaro está perdendo para ele mesmo, seu maior opositor
é ele mesmo ”, afirmou ao blog. Diante desse cenário, a preocupação do centrão com a
eventual derrota de Bolsonaro tem sido tema constante de encontros entre lideranças
nas últimas semanas. Apesar de dizer publicamente que estará com o presidente
no pleito presidencial, nos bastidores, os principais partidos aguardam o
efeito do Auxílio Brasil de R$ 400 até meados de março para definir qual
posição irão tomar a respeito de apoio à campanha da reeleição do presidente.
Com exceção do PL, que tem Bolsonaro como filiado, os demais partidos querem
aguardar alguma melhora na economia antes de decidir sobre um eventual
desembarque. Antes disso, o centrão quer participar ativamente da
definição da vice de Bolsonaro: cresce nos bastidores a ideia de indicar a
ministra Tereza Cristina, da Agricultura, para o posto.
Bolsonaro, hoje, prefere um militar – mas o centrão repete
que o presidente só teria mais autonomia para decidir sobre sua chapa se
estivesse bem avaliado nas pesquisas –o que não é o caso. Blog Andréia
Sadi/g1, com foto: VCampanato/Agência Brasil
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