08/01/2022
Servidores prometem pressionar governo Bolsonaro para abrir negociação sobre reajuste
BRASÍLIA, DF - A ameaça de um shutdown da máquina pública
está cada vez mais forte. Sem resposta do governo aos pedidos de abertura de
negociações sobre reajuste salarial, entidades representativas da elite do
funcionalismo público e do chamado carreirão pretendem avançar nas mobilizações
nesta semana. Na segunda e na terça-feira, a Confederação dos
Trabalhadores no Serviço Público Federal (Condsef) fará reuniões para fechar o
cronograma paralisações dos próximos dias 18, 25 e 26 e também para a possível
greve geral agendada para fevereiro. O presidente da entidade, Sérgio Ronaldo da Silva, tem
dedicado a maior parte do tempo à mobilização dos cerca de 1 milhão de
servidores representados pela entidade. Segundo afirmou o sindicalista, é "uma falta de
respeito com o conjunto do funcionalismo" a decisão do presidente Jair
Bolsonaro (PL) de conceder reajuste apenas para os agentes federais de
segurança, enquanto 80% dos servidores estão com os salários congelados desde
janeiro de 2017. Silva alerta que "essa indignação vai se transformar em
ação com esse movimento paredista", em razão da falta de diálogo com o
Executivo e das "malditas políticas" adotadas contra o funcionalismo.
Até agora, Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto, mas
o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou, ontem, que a
solução para a greve é "não dar nada a ninguém" — referindo-se ao
aumento para os policiais. A afirmação foi feita ao jornal Folha de S. Paulo.
Tanto Barros quanto o Ministério da Economia foram procurados pela reportagem,
mas não retornaram até o fechamento desta edição. EM, com foto: Pedro Ventura/Agência Brasil
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