31/01/2021
Bolsonaro diz que não é competência nem atribuição do governo federal levar oxigênio para o Amazonas
O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado (30) que
"não é competência" e "nem atribuição" do governo federal
levar oxigênio para o Amazonas, que sofre com a falta do insumo para atender
pacientes da Covid-19. Bolsonaro elogiou ainda a atuação do ministro da Saúde,
Eduardo Pazuello, dizendo que "não há omissão" diante da crise. De acordo com o presidente, o governo federal enviou
recursos financeiros para o estado enfrentar a crise. "Não é competência
nossa e nem atribuição levar o oxigênio pra lá, demos os meios", disse
Bolsonaro. Bolsonaro afirmou ainda que a chegada dos primeiros
cilindros de oxigênio enviados pelo governo federal aconteceu seis dias depois
que o ministro da Saúde tomou conhecimento do caso. "Agora, ele (Pazuello) ficou sabendo em uma sexta-feira
do problema do gás e na segunda foi em Manaus, na terça programou tudo e na
quarta começou a chegar já o oxigênio lá com aviões da força aérea e balsa.
Logo depois ele começou a transportar o pessoal doente também de Manaus para
outras capitais aí da redondeza em especial para os hospitais
universitários", completou. Para o presidente, o ministro, que está em Manaus após ser
alvo de pedido de inquérito por omissão na crise de oxigênio, fez um
"trabalho excepcional". "Ele trabalha de domingo a domingo, vira a noite,
duvido que com outra pessoa teria tido a resposta que ele está dando",
afirmou. A Polícia Federal iniciou uma investigação sobre a conduta
do ministro na crise sanitária do Amazonas. O ministro enviou 120 mil unidades
de hidroxicloroquina, que não tem eficácia comprovada contra a Covid-19. Até a manhã deste sábado, 335 pacientes com Covid-19 foram
transferidos do Amazonas a outras 13 cidades brasileiras por conta do colapso
causado por superlotação e falta de oxigênio no sistema de saúde local.
Infelizmente, 11 pessoas não resistiram à doença e morreram. O Governo do Amazonas começou a enviar pacientes com Covid a
outros estados no dia 15 de janeiro. A medida passou a ser adotada após
hospitais do Amazonas ficarem sem oxigênio por conta da superlotação. O estado enfrenta um novo surto de Covid-19 e o sistema de
saúde local entrou em colapso mais uma vez. Pazuello afirmou que a expectativa
é enviar 1,5 mil pacientes para tratamento em outros estados. Segundo o governo estadual, 90 pacientes que foram
transferidos para tratamento em outros estados já retornaram ao Amazonas
recuperados da Covid-19. O governo estadual informou que os pacientes
recuperados retornaram das cidades de Belém (PA), Maceió (AL), João Pessoa
(PB), Uberaba (MG), Natal (RN), Teresina (PI), São Luís (MA), Brasília (DF) e
Goiânia (GO). O número de óbitos corresponde a 3% do total de pacientes
enviados para tratamento em outro estado. O governo informou que tem prestado
apoio psicossocial às famílias, providenciado os trâmites funerários e traslado
do corpo para Manaus, que são realizados em aviões da Casa Militar. Até então, as cidades que receberam pacientes do Amazonas,
desde o dia 15 deste mês, foram: Teresina/PI (23), São Luís/MA (39),
Brasília/DF (15), João Pessoa/PB (15), Natal/RN (41), Goiânia/GO (48), Belém/PA
(23), Maceió/AL (30), Vitória/ES (36), Recife/PE (27), Rio Branco/AC (3),
Uberaba/MG (18) e Curitiba/PR (17). AM voltou a ter colapso na pandemia Até sexta-feira (29), mais de 261 mil casos de Covid foram
confirmados no Amazonas, e mais de 7,7 mil pessoas morreram com a doença desde
o começo da pandemia. Atualmente, mais de 2 mil pessoas estão internadas com a
doença. O mês de janeiro deste ano já tem o maior número de novas
internações por Covid desde o começo da pandemia. Até então, abril e maio
registravam os recordes da doença, quando o estado passou pela primeira onda. Na época, também houve colapso no sistema público de saúde
e, ainda, no sistema funerário. O número de mortes em Manaus ficou 108% acima
da média histórica e caixões chegaram a ser enterrados empilhados e em valas
comuns na capital. O governo afirmou que, entre o fim de outubro e início de
novembro, ampliou em 155% o número de leitos exclusivos para pacientes com
Covid. Porém, a quantidade de novos casos foi tão alta que nem essa ampliação
conseguiu atender os doentes.
Nos dias 14 e 15 deste mês, Manaus viveu tristes cenas de
caos na Saúde por conta de falta de oxigênio nos hospitais. O governo informou
que a média de 30 m³ subiu para 70³ em poucos dias, e ultrapassou a capacidade
de fornecimento da empresa contratada. G1
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