12/01/2022

Após 6 meses, média móvel de casos de Covid-19 volta a superar 50 mil por dia no Brasil



SÃO PAULO, SP - O Brasil registrou nesta quarta-feira (12) 88.464 novos casos conhecidos de Covid-19 nas últimas 24 horas, chegando ao total de 22.718.606 diagnósticos confirmados desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de casos nos últimos 7 dias foi a 52.714 - a maior registrada desde 1º de julho do ano passado (quando estava em 54.115), há pouco mais de 6 meses, voltando a ficar acima da marca de 50 mil. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +614%, indicando tendência de alta nos casos da doença. 

O país também registrou 138 mortes pela Covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 620.419 óbitos desde o início da pandemia. Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 123. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de +7%, indicando tendência de estabilidade nos óbitos decorrentes da doença. 

Sete estados não tiveram registro de morte nesta segunda: AC, AL, AP, CE, RN, RR, e SE. Não houve divulgação de novos dados do estado da Paraíba. A secretaria estadual informou que isso ocorreu devido a instabilidade nos sistemas e-SUS Notifica, Sivep Gripe e SI-PNI. 

Os números estão no novo levantamento do consórcio de veículos de imprensa sobre a situação da pandemia de coronavírus no Brasil, consolidados às 20h. O balanço é feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. 

Instabilidade dos sistemas 

Os estados começaram a normalizar na terça-feira (4) a divulgação de números de Covid-19 no Brasil após o apagão de dados do Ministério da Saúde. 

Em 12 de dezembro, o ministério informou que o processo para recuperação dos registros dos brasileiros vacinados contra a Covid-19 foi finalizado, sem perda de informações. Mas, no dia seguinte, o ministro Marcelo Queiroga disse que houve um novo ataque hacker. A previsão inicial de estabilização dos sistemas, de 14 de dezembro, não foi cumprida. 

O ministério informou que quatro de suas plataformas foram reestabelecidas ainda em dezembro; afirmou que, na sexta (7), normalizou a integração entre os sistemas locais e a rede nacional de dados, e que o retorno do acesso às informações tem sido gradual. 

Segundo a pasta, a instabilidade no sistema não interferiu na vigilância de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave, como a Covid. É o oposto do que dizem os pesquisadores. 

"A gente não consegue planejar a abertura de novos serviços hospitalares, de centros de testagem, abertura de novos leitos e entender as regiões onde o impacto da nova variante é maior", diz Julio Croda, infectologista e pesquisador da Fiocruz. 

"A gente não viu a evolução e a chegada da ômicron. Ela não apareceu de repente no Ano Novo. Ela entrou ao longo do mês de dezembro, e a gente estava completamente em voo cego ali, porque não tinha dado nenhum; a gente não viu os dados crescerem", afirma o professor Marcelo Medeiros, fundador do Covid-19 Analytics. Ele interrompeu o serviço que auxilia autoridades a tomarem decisões em meio à pandemia.

g1, com foto: Ilustração/Pixabay

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