30/01/2022
Subtenente do Exército é preso por matar um vizinho idoso a pauladas
BANGU, RJ - O subtenente do Exército, Clodoaldo Oliveira da
Silva Clementino, de 42 anos, foi preso na manhã deste domingo (30), em Bangu,
na Zona Oeste do Rio, acusado de matar um vizinho idoso a pauladas. O militar
foi preso em casa por policiais civis da 34ª DP (Bangu), que cumpriram um
mandado de prisão temporária contra ele. Os agentes também pretendiam cumprir
um mandado de busca e apreensão, mas a arma usada não foi encontrada. O crime aconteceu por volta das 4h30 do último domingo (23),
quando Joaquim Luiz Antunes Moço, de 60 anos, embriagado, teria confundido o
portão da própria casa e passado a bater no portão de alumínio de Clodoaldo. O
subtenente então teria dito que iria "arrebentar" a vítima, se não
parasse com o barulho, porque precisava dormir para trabalhar no dia seguinte. De acordo com a delegada responsável pelas investigações do
caso, Ana Lúcia Costa, o subtenente tem conhecimento de artes marciais, mas não
resistiu à prisão. Ela afirmou que os agentes tiveram dificuldade durante as
diligências, por não haver câmeras de segurança na região e os vizinhos tiveram
medo de falar sobre o caso, porque o acusado é introspectivo e não se comunica
com os outros moradores. Entretanto, os policiais conseguiram localizar uma pessoa
que presenciou as agressões, na sexta-feira (28). Segundo relatos da
testemunha, após as batidas no portão cessarem, foi ouvido o som de uma pessoa
caindo. Ao checar o que havia acontecido, viu Joaquim no chão, sendo agredido
com um porrete de madeira por todo o corpo, inclusive na região da cabeça, pelo
militar. Ainda de acordo com a testemunha, Clodoaldo chegava até o
portão e insinuava que iria para casa, mas voltava e continuava com as
agressões. Depois que entrou na residência, um vizinho viu Joaquim caído,
acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e a Polícia Militar,
que encaminhou o caso para a 34ª DP. O idoso chegou a ficar internado por cinco
dias nos hospitais municipais Miguel Couto, no Leblon, e Pedro II, em Santa
Cruz, respectivamente, mas não resistiu e morreu na última sexta-feira. A distrital já requisitou os boletins médicos dos dois
hospitais por onde Joaquim passou, vai pedir o relatório do primeiro
atendimento, realizado pelo SAMU no dia do crime, e aguarda o laudo da
necropsia. A delegacia ainda pretende ouvir mais testemunhas e verificar se
algum vizinho filmou as agressões. Na delegacia, o militar se reservou ao
direito de permanecer em silêncio e não prestou depoimento. "Agora que ele foi preso, a gente acredita que a gente
consiga mais testemunhas presenciais, até para saber se ele já tinha alguma
situação de desafeto antes do fato, porque, inicialmente, pelas oitivas das
irmãs da vítima, eles não tinham nenhuma relação, até porque, esse militar era
muito introspectivo, não falava com vizinho nenhum, só entrava e saía de casa
para trabalhar, e não tinha uma vida social ali na vizinhança", disse a
delegada. O pedido de prisão temporário foi aceito pelo Plantão
Judiciário, com base no crime de homicídio consumado, por motivo fútil, sem dar
chance à vítima se defender e por meio cruel. Apesar de não se tratar de crime
militar, Clodoaldo, que está no Exército desde 1999, foi levado para a
Companhia de Comando da 1ª Divisão do Exército, na Vila Militar, na Zona Oeste.
A prisão é válida por 30 dias, mas a distrital pode pedir a prorrogação pelo
mesmo período, para que as investigações sejam concluídas e o inquérito
encaminhado à Justiça.
Procurado, o Comando Militar do Leste informou que o
subtenente está à disposição da Justiça e que a instituição está cooperando com
as autoridades que estão conduzindo as investigações do caso. "O Comando
Militar do Leste ressalta que o Exército Brasileiro não compactua com qualquer
tipo de conduta ilícita por parte de seus integrantes, repudiando veementemente
atitudes e comportamentos em conflito com a lei, com os valores militares e/ou
com a ética castrense", completou a nota. O Dia, com foto: Reprodução
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