13/02/2022
Pai com Covid abraça e beija filha de 10 anos de propósito; mãe denunciou caso à polícia
CAMPO GRANDE, MS - Mulher registra boletim de ocorrência
após ex-marido com Covid descumprir quarentena e visitar filha do casal, em
Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Conforme a denúncia, o pai da menina, de
10 anos, expôs a filha à Covid-19 ao abraçar e beijá-la mesmo sabendo que
estava infectado com o vírus. O caso é investigado pela Delegacia Especializada de
Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), já que a exposição de criança ao
vírus é crime. Inquérito policial será aberto para apurar a situação. Em depoimento à Polícia, a mãe da criança - que não terá
identidade revelada - explicou a dinâmica da situação. Por mensagem, o
ex-marido teria informado que estava com Covid e não poderia visitar a filha. Já que pai e mãe possuem guarda compartilhada da menina, foi
acordado que a criança passaria o período de responsabilidade do pai com a avó
paterna. Porém, conforme denúncia, o pai foi visitar a filha, mesmo com Covid e
sem máscara, e a abraçou e beijou, momento em que expôs a menina à
contaminação. Ao g1, o delegado adjunto da DEPCA, Marcelo Damaceno,
explicou que expor a criança ao perigo de contágio é caracterizado como crime.
O boletim detalha que o registro foi feito quando a criança começou a
apresentar sintomas da Covid, mas não se sabe se ela chegou realmente a
contrair o vírus. "Pela denúncia, o pai sabia que a menina estava na casa
da avó paterna e foi visitá-la mesmo com Covid. Ele sabia, mesmo assim abraçou
e beijou ela [criança]. Criminalmente não faz diferença a criança ter contraído
o vírus", detalhou. O delegado revelou que o próximo passo da investigação será
a materialização do fato. "A criança será ouvida em depoimento especial. A
mãe foi ouvida e disse que há mensagens que comprovam que o ex-esposo
confirmava a Covid". O caso foi denunciado no fim de janeiro deste ano e o
inquérito do caso ainda deverá ser aberto. O delegado comentou, que caso for
confirmado a exposição da filha ao vírus, o pai da menina pode responder por
"perigo de contágio de moléstia grave".
A reportagem não conseguiu contato com o pai da criança,
pois o nome do homem não foi informado. g1, com foto: Ilustração/Secom-PB
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