26/02/2022
Ministro Ricardo Lewandowski envia à PGR notícia-crime contra Flávio Bolsonaro
BRASÍLIA, DF - O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo
Tribunal Federal (STF), enviou uma notícia-crime à Procuradoria-Geral da
República (PGR), nesta sexta-feira (25/2), contra o senador Flávio Bolsonaro
(PL-RJ) para investigar um suposto uso da máquina pública com o objetivo de
coletar dados e informações que pudessem favorecer sua defesa no caso da
“rachadinha”. Lewandowski afirmou, em despacho, que cabe à procuradoria
“adotar as medidas que julgar pertinentes”. “O processamento de comunicações da possível prática de
ilícitos penais, por autoridade com foro perante a Suprema Corte, deve
limitar-se, em regra, à simples formalização do conhecimento provocado ao
titular da ação penal. Isso posto, remetam-se os autos à Procuradoria-Geral da
República para adotar as medidas que julgar pertinentes”, escreveu. Flávio Bolsonaro teria mobilizado por quatro meses cinco
servidores da Receita Federal em busca de provas de supostos vazamentos de
informações que o prejudicariam no escândalo das rachadinhas. O órgão não
encontrou nada que fundamentasse as alegações do senador. A denúncia foi encaminhada ao STF pelo deputado federal
Reginaldo Lopes (PT-MG). O parlamentar alega que o senador cometeu crimes ao
acionar a Receita Federal e o Serviço Federal de Processamento de Dados
(Serpro) para levantar as informações. O caso As suspeitas envolvendo Flávio Bolsonaro vieram à tona no
final de 2018 com a revelação de um relatório do antigo Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf) apontando movimentações vultosas de recursos por
Fabrício Queiroz, que era funcionário do seu gabinete na Alerj. Queiroz, amigo antigo da família Bolsonaro, é acusado pelo
Ministério Público de ser o operador do esquema de rachadinha — ou seja, seria
ele o responsável por gerenciar a contratação dos funcionários fantasmas, o
recolhimento dos salários e o repasse desses valores ao filho do presidente.
Os promotores afirmam ter provas de que esse dinheiro era
usado por Queiroz para pagar na boca do caixa contas da família de Flávio, como
boletos do plano de saúde ou da mensalidade escolar das filhas. Além disso,
dizem que parte do recurso desviado era lavado por meio do investimento em
imóveis e por uma loja de chocolate que o senador possuía em um shopping no Rio
de Janeiro. EM, com foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
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