10/03/2022

Advogado de Flávio Bolsonaro no caso das “Rachadinhas” é nomeado para cargo no governo federal



BRASÍLIA, DF - O governo do presidente Jair Bolsonaro nomeou Rodrigo Roca, um dos advogados do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das "rachadinhas", como novo Secretário Nacional do Consumidor (Senacon). 

A nomeação foi publicada no "Diário Oficial da União" desta quarta-feira (9). A Senacon é responsável, segundo o Ministério da Justiça, pela “elaboração, coordenação e execução da Política Nacional das Relações de Consumo”. 

Roca constava da relação de advogados de Flávio Bolsonaro, que é filho do presidente da República, no caso das "rachadinhas". 

"Rachadinha" é o nome dado ao esquema em que um parlamentar fica com parte dos salários dos funcionários que atuam no gabinete dele. 

O senador foi apontado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como chefe de uma organização criminosa que teria atuado em seu gabinete no período em que foi deputado estadual no Rio de Janeiro, entre 2003 e 2018. 

Segundo a investigação, o esquema supostamente liderado por Flávio Bolsonaro teria movimentado cerca de R$ 2,3 milhões e o dinheiro era lavado com aplicação em uma loja de chocolates no Rio da qual o senador é sócio e em imóveis. 

No ano passado, o Supremo Tribunal Federal e o Superior Tribunal de Justiça derrubaram quebras de sigilos e anularam relatórios que embasaram as acusações do Ministério Público contra Flávio Bolsonaro. 

Com isso, a investigação tem que recomeçar praticamente do zero e só pode ser retomada com novas provas. O Ministério Público do Rio informou que um procedimento sobre o senador tramita em sigilo. 

Carreira de advogado 

O novo Secretário Nacional do Consumidor foi advogado do ex-governador do Rio Sérgio Cabral até 2018. Cabral é condenado a mais de 200 anos de prisão na Lava Jato. 

Rodrigo Roca também representou o general José Antônio Nogueira Belham, em 2014, no processo contra cinco militares reformados do Exército pelo homicídio e ocultação de cadáver do ex-deputado Rubens Paiva durante a ditadura militar. 

De acordo com as investigações do MPF-RJ, a tortura e o assassinato de Rubens Paiva aconteceram dentro do Destacamento de Operações de Informações (DOI). Belham era ex-mandante do DOI.

g1, com foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

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