17/03/2022
Centrão quer diretorias da Petrobras caso atual presidente seja demitido, como sinalizou Bolsonaro
BRASÍLIA, DF - Caciques do Centrão, grupo que reúne os
partidos mais fisiológicos do Congresso e está na base de sustentação do
governo Bolsonaro, está em festa ante a possibilidade de recuperar algumas das
diretorias da Petrobras com a demissão praticamente certa do presidente da
empresa, Joaquim Silva e Luna. Durante décadas, os partidos do Centrão deram as cartas no
comando da petrolífera. Mas perderam as regalias depois do estouro da Operação
Lava-Jato, que levou alguns de seus integrantes para o banco dos réus. O PP, do
ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e do presidente da Câmara, Arthur Lira,
é a legenda com o maior número de denunciados à Justiça. A estratégia do Centrão é apoiar o nome do presidente do
Flamengo, Rodolfo Landim, para o comando da Petrobras. E, em troca desse
suporte, indicar nomes para a diretoria executiva da estatal. Caso realmente
seja indicado para o comando da petrolífera, Landim não teria como dizer não
aos caciques que, realmente, mandam no governo. Bolsonaro não quer mais general na Petrobras Ciro Nogueira, ministro da Casa Civil, por sinal, vem
mantendo conversas constantes com Landim. Ele foi um dos artífices da
estratégia de convidar o presidente do Flamengo para a Petrobras. Num primeiro
momento, Landim seria indicado para a presidência do Conselho de Administração
da Petrobras. Agora, está decidido que ele ocupará a vaga do general Silva e
Luna. O presidente Jair Bolsonaro, insuflado pelos filhos, pelos
ministros-militares e pelos líderes do Centrão, decidiu não indicar o atual
presidente da Petrobras para compor o Conselho de Administração da estatal,
como mostra a jornalista Malu Gaspar, de O Globo. Com isso, o general não terá
como permanecer no comando da empresa. Foi a mesma estratégia para demitir o
antecessor dele, Roberto Castello Branco.
Landim, portanto, assumirá já em dívida com a turma do
Centrão. E a meta é ampliar o poder dos partidos que integram o grupo
fisiológico durante um eventual segundo mandato de Bolsonaro. O Centrão está
convencido de que o chefe do Executivo será reeleito. EM, com foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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