29/03/2022
Diesel ultrapassa 70% do custo do frete; caminhoneiros e tanqueiros já ameaçam greve
BELO HORIZONTE, MG - O preço do diesel, principal
combustível utilizado por caminhoneiros, ultrapassou a marca de 70% dos custos
do frete em Minas Gerais. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (28/3)
pelo Sindicato dos Transportadores de Combustíveis e Derivados de Petróleo
(Sindtanque-MG). A categoria afirma que, diante da situação, a paralisação dos
serviços pode acontecer a qualquer momento. De acordo com o sindicato, ainda não há data marcada para
uma manifestação da categoria, mas a nota de indignação foi veiculada com a
intenção de sensibilizar os governos estadual e federal para a situação dos
tanqueiros. A proposta dos tanqueiros para a redução do preço do diesel
inclui a diminuição do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
(ICMS) vinculado ao combustível. Atualmente, a alíquota do tributo em Minas é
de 14%. Os tanqueiros propõem um reajuste para 9%. Além do diesel, o Sindtanque também propõe uma redução do
ICMS sobre a gasolina de 31% para 20% e do Etanol de 16% para 10%. "Hoje, empresas estão falindo e bancos estão tomando
caminhões porque transportadores não estão conseguindo mais se sustentar ou
pagar a prestação dos veículos. Além disso, contratos estão sendo quebrados
pelos tomadores de serviços, porque também não estão aguentando pagar. Em meio
a isso tudo, o diesel, insumo mais oneroso para os transportadores, já
ultrapassou 70% do valor do frete", disse o presidente do Sindtanque-MG,
Irani Gomes. Gomes ainda afirma que se o governo não se manifestar, os
tanqueiros podem cruzar os braços a “qualquer momento”. Em nota, a Secretaria de Estado de Fazenda informou que
trabalha sistematicamente para amenizar os impactos da variação de preço dos
combustíveis e que conseguiu reduzir a alíquota do ICMS de 15% para 14% em
novembro de 2021.
A pasta ressaltou que o ICMS sobre o diesel foi a única
alteração sobre os combustíveis promovida pela atual gestão. Os aumentos de 29%
para 31% na gasolina e de 14% para 16% no etanol foram aprovados em janeiro de
2018. EM, com foto: VCampanato/Agência Brasil
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