07/01/2021
Vítima da Covid-19 morre em Recife, aos 89 anos, o cantor e compositor paraibano Genival Lacerda
O cantor e compositor Genival Lacerda morreu aos 89 anos, no
Recife, em decorrência de complicações da Covid-19, nesta quinta-feira (7). A
informação foi confirmada pelo filho do artista, João Lacerda. O artista foi internado no dia 30 de novembro de 2020, no
Hospital Unimed I, na Ilha do Leite, na área central da capital pernambucana.
Com Covid-19, ele foi levado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No dia 4 de janeiro, Genival Lacerda teve uma piora no
quadro de saúde, segundo o boletim divulgado pela família. Na quarta (6), a
família havia iniciado uma campanha de doação de sangue para o cantor. Em 26 de maio de 2020, Genival Lacerda havia sofrido um
Acidente Vascular Cerebral Isquêmico (AVC) e deu entrada no Hospital d’Ávila,
na Zona Oeste da capital pernambucana. Recuperado, ele teve alta três dias
depois de ser internado. Perfil Genival Lacerda foi um dos grandes nomes do forró e, com
carisma e irreverência, se tornou um ídolo popular. Conhecido por todo o Brasil
durante 64 anos de carreira, era um símbolo da cultura do Nordeste. O cantor e compositor nasceu em Campina Grande, na Paraíba,
em 5 de abril de 1931. Chegou a trabalhar na cidade como radialista, mas fez a
primeira gravação como cantor quando já morava em Recife, para onde se mudou em
1953. Genival gravou seu primeiro disco em 1956, um compacto duplo
com "Coco de 56", escrito por ele e João Vicente, e o xaxado
"Dance o xaxado", feito por ele com Manoel Avelino. Ele gravou diversos álbuns e ficou conhecido pelo Nordeste
como músico e radialista durante esta fase no Recife. Em 1964, se mudou para o Rio de Janeiro. A consagração
nacional veio com "Severina Xique Xique", de 1975. O refrão "ele
tá de olho é na butique dela" virou sua marca. Em seguida, vieram sucessos como "Radinho de
pilha", "Mate o véio" e "De quem é esse jegue", que
consolidaram o estilo bem humorado do "seu Vavá", como também era
conhecido. O músico viveu no Rio durante o auge da popularidade do
forró no Sudeste, e conviveu com outros artistas fundamentais do estilo como
Dominguinhos e Luiz Gonzaga. Com Jackson do Pandeiro, teve uma relação ainda mais
próxima, mesmo sendo bem mais novo. A irmã de Jackson, Severina, foi casada com
um irmão de Genival. Desde os anos 90, voltou a morar no Recife. Nos últimos
anos, não tinha novos sucessos nas rádios, mas manteve o ritmo de shows e o
reconhecimento popular.
No final de 2017 recebeu no Palácio do Planalto a medalha da
Ordem do Mérito Cultural (OMC). Na cerimônia, Genival tirou seu chapéu
estampado de bolinhas ao passar diante do então presidente Michel Temer – G1.
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