02/05/2022
Pai de criança morta em ritual defende mãe e avó, que estão presas: “Não acredito em algo satânico”
FRUTAL, MG - O pai da pequena Maria Fernanda Camargo, morta
em um ritual religioso em Frutal no fim de março, defendeu mãe, avós maternos e
tia da criança, que estão presos. Cacildo Carrijo Camargos disse que não acredita que a filha
morreu durante ritual com espíritos malignos, como foi suspeitado pelo delegado
responsável pelo caso, Murilo Cézar Antonini Pereira. Camargos acredita que o
crime não foi intencional. "Minha sogra faz benzição, todos eles sempre acolheram
bem meus filhos e adoravam minha filha. Não penso que foi coisa de maldade. Não
acredito em algo satânico. Ninguém pensou em matar, nada disso foi proposital
ou premeditado. São pessoas de bem. Minha esposa dava a vida pelos filhos",
declarou Camargo, em entrevista à Rádio 97 FM, de Frutal. Por outro lado, o pai de Maria Fernanda afirmou que não
gosta do guia espiritual de Umbanda que se envolveu no suposto crime - e que
também está preso - e que não sabia da presença dele na casa da sogra. "Se
soubesse, não teria permitido a presença da minha filha na ocasião
(ritual)", assegurou. O delegado Antonini disse que as investigações do crime
seguem na linha de homicídio doloso eventual e que a vítima teria participado
de um ritual de evocação e incorporação de espíritos malignos na companhia dos
avós, da tia e da mãe, sendo que um líder espiritual teria jogado álcool com
ervas no corpo da criança e, posteriormente ateado fogo, usando uma vela e
queimando-a viva. Bom relacionamento O pai da pequena Maria Fernanda contou também que o seu
relacionamento com a família da esposa, com quem é casado há 18 anos, era bom.
"Eles amavam muito a Maria Fernanda e todos eram muito unidos. Por este
motivo, não ocorreu nenhum ritual macabro, mas sim, algo que deu errado",
ressaltou.
Camargos destacou
ainda que nunca presenciou nada de mau na casa da sogra. "Maria Fernanda
gostava de participar dos trabalhos e sabia cantar os pontos de umbanda",
disse. EM, com foto: Samir Alouan/Rádio 97 FM
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