25/05/2022
Engenheiro dá 11 facadas em advogada por não aceitar fim de relacionamento e diz que não se arrepende
BELO HORIZONTE, MG - Mais uma mulher foi vítima de tentativa
de feminicídio, nesta segunda-feira (23/5), em Belo Horizonte. A advogada de 40
anos foi esfaqueada pelo ex-companheiro que não aceitava o fim do
relacionamento. O crime aconteceu no Bairro Gutierrez, Região Oeste da capital,
nesta manhã. A mulher foi levada para o Hospital Pronto-Socorro João
XXIII e, segundo uma pessoa próxima, ela não corre risco de morte. Apesar de
ter levado 11 facadas, as perfurações foram superficiais. A vítima está em
observação e se recuperando bem. O autor das facadas, o engenheiro Bruno da
Costa Val Fonseca, de 33 anos, foi preso no fim da manhã pela Polícia Militar
na casa de uma tia, na região Leste de BH. Invasão do
apartamento e ataque na frente dos filhos De acordo com informações da Polícia Militar, a mulher foi
atacada pelo ex-companheiro quando saia do apartamento em que morava com os
filhos. O homem tinha invadido o imóvel no domingo (22/5). Segundo um boletim
de ocorrência registrado pela advogada, o ex-companheiro arrombou a porta do
apartamento dizendo que iria matá-la. Com medo, ela se escondeu no banheiro com
os dois filhos, de 7 e 10 anos, e ligou para a polícia. Após a invasão, a advogada decidiu sair do apartamento junto
com os filhos na manhã de hoje. Ao entrar em um carro de aplicativo, ela foi
atacada pelo engenheiro. O homem chegou a arrastar a vítima pela calçada para
tentar matá-la. O crime foi presenciado pelos filhos da advogada. As
crianças estão sob os cuidados do ex-marido da vítima e em estado de choque. Relacionamento
conturbado De acordo com uma pessoa próxima à advogada, o
relacionamento entre o casal terminou em novembro, após uma agressão do
engenheiro. Os dois mantiveram um relacionamento de mais de dois anos e
chegaram a viver juntos. Segundo essa pessoa, o comportamento do homem era
agressivo e possessivo e "ele era ciumento e sem controle". Os dois trabalham em uma empresa de engenharia e conservação
predial em Belo Horizonte e, o ex-companheiro, teria enviado fotos dela nua
para os colegas de trabalho. Não se arrependeu do
crime Em entrevista coletiva, na tarde de hoje, a delegada
Pollyane Aguiar disse que o engenheiro preferiu ficar em silêncio no depoimento
em cartório. Mas, em conversa preliminar com a delegada, ele confessou o crime
e não demonstrou estar arrependido. O suspeito alegou ter bipolaridade e disse ter cometido o
crime após perder o emprego. Ele confirmou que é usuário de drogas, afirmou que
a medida protetiva contra ele foi suspensa e que a advogada o teria traído.
Apesar de dizer que tem laudos que comprovem o transtorno, a
delegada afirmou que ele não apresentou esses documentos. EM, com foto: Divulgação/PCMG
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