18/06/2022
Após novo reajuste de 14,26% no diesel, líder dos caminhoneiros diz que greve é medida “mais provável”
BRASÍLIA, DF - Caminhoneiros reagiram com ameaça de greve e
mobilização contra o governo de Jair Bolsonaro (PL) após o anúncio de nova alta
no preço do diesel pela Petrobras, nesta sexta-feira (17/6). Um dos mais
conhecidos líderes da categoria, Wallace Landim, o Chorão, disse que "a
greve é a mais provável" reação contra a política de paridade de preços
praticada pela Petrobras. Chorão foi um dos responsáveis pela paralisação dos
caminhoneiros em 2018, com forte mobilização no Centro-Oeste e Sudeste do país.
“A verdade é que, de uma forma ou de outra, mantendo-se essa política cruel de
preços da Petrobras, o país vai parar novamente. Se não for por greve, será
pelo fato de se pagar para trabalhar. A greve é o mais provável", diz a
nota. A reação ocorre após o Conselho de Administração da
Petrobras anunciar aumento percentual da gasolina em 5,18%, e de 14,26% para o
diesel, válidos a partir de sábado (18/6). O reajuste, no entanto, foi
criticado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) na manhã de desta sexta. "Defender o
indefensável" Presidente da Frente Nacional em Defesa do Caminhoneiro
Autônomo e Celetista, o deputado Nereu Crispim (PSD-RS), disse que o presidente
busca dissimular as decisões políticas no contexto da Petrobras.
"Bolsonaro continua querendo tirar a responsabilidade dos seus ombros,
isso é uma mentira deslavada, já que a solução está na sua caneta." Já o diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em
Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Alberto Litti Dahmer, afirmou que o
presidente visa iludir a população com postagem críticas ao aumento. "Ele
fala como se o governo fosse contrário ao aumento e não pudesse fazer
nada", comentou. "Só os que idolatram o presidente podem defender o
indefensável. Faltam palavras para definir quem tem uma prática completamente
separada do discurso", pontuou. Para Gilson Chequeto, CEO da Lincros, uma das maiores
startups do setor de logística do Brasil, o impacto no orçamento institucional
está prestes a ser repassado ao consumidor final.
"Alguns dos nossos clientes chegam a transacionar R$ 20
milhões em frete por mês. O impacto financeiro deste aumento dos combustíveis
muitas vezes não é repassado ao cliente final, estrangulando a margem do
transportador. Isso nos faz questionar até quando os transportadores vão
conseguir segurar estes custos", comentou. Correio Braziliense, com foto: Reprodução/Redes Sociais
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