22/06/2022
Ex-ministro Milton Ribeiro é preso pela Polícia Federal acusado de corrupção
SANTOS, SP - O ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, foi
preso preventivamente nesta quarta-feira (22/6), em Santos, litoral paulista. O
mandado é resultado da operação “Acesso Pago” da Polícia Federal e cita crimes
de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de
influência. A operação mira também grupo de pastores. Ao menos um dos pastores,
Gilmar Santos, também foi preso. Segundo a PF, a operação tem o objetivo de investigar a
prática de tráfico de influência e corrupção para a liberação de recursos
públicos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), vinculado ao
Ministério da Educação (MEC). As informações são da CNN. O mandado, assinado pelo juiz federal Renato Borelli,
determina que Ribeiro seja levado para a Superintendência da Polícia Federal em
Brasília. A audiência de custódia deve ser realizada ainda hoje. Além do mandado preventivo destinado ao ex-ministro, outros
13 mandados de busca e apreensão e quatro mandados de prisão foram expedidos.
As determinações foram distribuídas pelos estados de Goiás, São Paulo, Pará e
Distrito Federal. Estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão nos
endereços do ex-ministro e dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. A
justiça determinou, ainda, medidas cautelares que proíbem o contrato entre
investigados e envolvidos.
De acordo com a Polícia Federal, a investigação teve início
após autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão do foro
privilegiado de um dos investigados. A operação corre sob sigilo.
"O crime de tráfico de influência tem pena prevista de
2 a 5 anos de reclusão. São investigados também fatos tipificados como crime de
corrupção passiva (2 a 12 anos de reclusão), prevaricação (3 meses a 1 ano de
detenção) e advocacia administrativa (1 a 3 meses)", explicou a PF em
nota. Áudio incrimina ministro Milton Ribeiro
A prisão ocorre depois da divulgação, em março deste ano,
pelo jornal Estado de S. Paulo, de áudios de Milton Ribeiro em que ele falava
sobre o favorecimento de municípios que negociavam verbas com pastores, que não
tinham cargos no governo. Dias depois, a Folha de S.Paulo divulgou um áudio em
que Ribeiro falava que o pedido vinha diretamente do presidente Jair Bolsonaro
(PL). Na época, ele negou, em nota, que Bolsonaro tivesse feito esse pedido.
Dias depois, ele pediu demissão da pasta. EM, com foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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