25/06/2022
O que se sabe sobre vídeo em que mulher aparece em cena de sexo durante show de Henrique e Juliano
GOIÂNIA, GO - Após a divulgação e compartilhamento de um
vídeo que mostra cena de sexo gravada durante show da dupla Henrique e Juliano,
em Goiânia, a mulher que aparece na gravação registrou o caso na Polícia Civil.
A cabeleireira Géssica Gomes, de 31 anos, denunciou que não se lembra do que
aconteceu e, segundo a defesa dela, a cena seria de um estupro. A mulher contou que teve a vida completamente alterada pelo
episódio, disse que teve o telefone, local de trabalho e fotos dela todos
compartilhados junto com a gravação. Confira o que se sabe sobre o caso: Quando e onde
aconteceu? A situação aconteceu durante show da dupla Henrique e
Juliano, realizado no Estádio Serra Dourada, em Goiânia, na noite do dia 5 de
junho – um domingo. Como o caso veio à
tona? As imagens começaram a ser compartilhadas por meio de redes
sociais e aplicativos de mensagens gerando comentários diversos sobre a
situação e críticas. Entre as reações estava a de revolta de uma internauta, que
diz que não faz a "mínima ideia do que é ser exposta desse jeito" e
muito menos o que a mulher deve estar passando no momento. "Ninguém pensa na vida da mulher antes de publicar um
inferno de um vídeo desse", escreveu a internauta. Quem aparece na
imagem? A cabeleireira Géssica Gomes recebeu o vídeo na segunda à
noite, um dia após o show, e se reconheceu na imagem. A mulher contou que começou a receber muitas mensagens por
meio de aplicativos e redes sociais de pessoas comentando o vídeo, xingando-a e
até tentando alertá-la sobre a gravação que estava circulando na web. O que a mulher que
aparece no vídeo diz? Após a exposição, Géssica denunciou a situação à Polícia
Civil e procurou a imprensa para falar sobre o caso. Ela contou que se lembra
de ir ao show, mas não tem memória de nada do que viu no vídeo. A cabeleireira disse que ficou extremamente abalada com a situação
em que foi colocada. Segundo ela, o vídeo foi divulgado junto com fotos, os
perfis dela nas redes sociais, endereço e telefone. "Eu lembro de estar bebendo cerveja, depois de uma luz
no meu rosto e de falar 'apaga a luz', mas não tinha noção do que estava
acontecendo, muito menos de que tinha alguém filmando. […] Minha vida não é
mais a mesma depois dessa exposição toda. Eu quero expor a minha versão",
desabafou. Também de acordo com ela, a versão que estava sendo
divulgada junto às imagens era de que ela e o marido teriam negociado para que
ela fizesse sexo em troca de uísque, o que ela nega. "Eu jamais faria uma coisa dessas, nem uísque eu bebo.
Meu marido também nunca deixaria isso acontecer", contou. Géssica relatou ainda que o esposo também não tem memória de
nada do que aconteceu, apesar de estar ao lado dela. O caso é investigado? No dia 21 de junho, questionada pelo g1, a Polícia Civil
divulgou uma nota informando que: “a vítima foi regularmente atendida e
registrou ocorrência dias depois do fato” - no dia 13 de junho, em Aparecida de
Goiânia. "Depois, a vítima compareceu na Deam de Goiânia,
acompanhada de advogado, onde foi instaurado inquérito para apurar o crime de
divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de
sexo ou de pornografia. O procedimento está em curso", conclui o
comunicado. Géssica e o marido foram à Deam da capital no dia 22 de
junho e prestaram depoimento durante três horas sobre o caso. Procurada novamente pela reportagem na data deste
depoimento, a corporação informou que “os fatos estão sendo investigados"
e que, "como se trata de crime contra a dignidade sexual, o inquérito
corre em sigilo", por isso nenhuma outra informação poderia ser divulgada. Vídeo foi
despublicado? Na sexta-feira (24), a juíza Viviane Atallah, de Aparecida
de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, determinou que sites retirem do
ar o vídeo, segundo o advogado que representa a cabeleireira, Gustavo Neves. A magistrada entendeu que "a disponibilidade desses
vídeos indubitavelmente traz dano à honra subjetiva e objetiva, imagem e
dignidade" de Géssica. Por isso determinou que os sites réus "excluam
todas as publicações" até 24 horas após serem intimados da decisão.
A juíza estipulou uma multa diária de R$ 100 a serem pagos à
vítima, caso a ordem não seja cumprida. g1, com foto: Reprodução/Arquivo Pessoal
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