25/06/2022
Escândalo do MEC: pastor diz que vai “destruir todo mundo” se investigação atingir a sua família
BRASÍLIA, DF - Um dos pastores investigados e presos sob a
acusação de atuar informalmente junto a prefeitos para liberação de recursos do
Ministério da Educação, Arilton Moura afirmou após ter sido preso que iria
“destruir todo mundo” se a investigação atingisse sua família. A conversa na qual Moura trata da investigação se deu pouco
após a detenção do pastor, na última quarta (22). Em telefonema interceptado pela Polícia Federal, o pastor
conversa com uma advogada. Moura diz a ela que já havia sido detido pela PF e
que havia chegado à sede da corporação no Pará. O pastor demonstra preocupação
com a esposa e pede à advogada que a tranquilize. “Eu preciso que você ligue para a minha esposa, acalme minha
esposa. Porque se der qualquer problema com a minha menininha, eu vou destruir
todo mundo”, afirmou o pastor. Em resposta, a advogada disse: “Fica tranquilo. Entra em
oração para se acalmar e a gente cuida das coisas por aqui”. Arilton Moura foi detido em Belém (PA), no âmbito da
operação Acesso Pago, da Polícia Federal, que também deteve preventivamente o
ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. Por decisão do desembargador Ney Bello,
do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, os presos na operação foram soltos
nesta quinta (23). Arilton Moura é apontado pelas investigações como um
auxiliar do pastor Gilmar Santos. Os dois são investigados por supostamente
pedirem propina a prefeitos em troca de liberação de verba e investimentos do
Ministério da Educação para municípios. A Polícia Federal apontou que Moura teria pedido ao
empresário José Brito, de Piracicaba, o pagamento R$ 100 mil em troca da
realização de um evento da pasta no interior de São Paulo.
De acordo com a PF, desse montante, R$ 30 mil foram
repassados para o ex-assessor da Prefeitura de Goiânia Hélder Bartolomeu, genro
do pastor, que também foi preso na operação e posteriormente solto. g1, com foto: Luis Fortes/MEC
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