18/08/2022
PF diz ao STF que Bolsonaro cometeu incitação ao crime ao associar vacina da Covid à Aids
BRASÍLIA, DF - A Polícia Federal afirmou ao Supremo Tribunal
Federal (STF) que o presidente Jair Bolsonaro cometeu incitação ao crime ao
associar a vacina contra a Covid-19 ao risco de desenvolver Aids. A relação que o presidente fez não corresponde à verdade. A
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e outras autoridades de saúde
já esclareceram que as vacinas não trazem doenças. Pelo contrário, evitam
contaminação. Bolsonaro fez a associação falaciosa entre vacina da Covid e
risco de desenvolver Aids em uma live nas redes sociais no dia 21 de outubro do
ano passado. No relatório enviado ao STF, a PF escreveu que a conduta de
Bolsonaro levou os espectadores da live a descumprir normas sanitárias
estabelecidas pelo próprio governo. Nesse caso, tomar a vacina. A delegada Lorena Lima Nascimento, responsável pelo caso, pediu
autorização do STF para indiciar Bolsonaro e o ajudante de ordens tenente Mauro
Cid , que ajudou o presidente produzir o material divulgado na live. No Código Penal, incitação ao crime é conduta ilegal que
pode dar prisão de três a seis meses. Bolsonaro citou na live supostos relatórios oficiais do
Reino Unido. Para a PF, o presidente “disseminou, de forma livre, voluntária e
consciente, informações que não correspondiam ao texto original de sua fonte,
provocando potencialmente alarma de perigo inexistente aos espectadores”.
A PF pede ainda que seja autorizada a tomada de depoimento
de Bolsonaro. g1, com foto: Reprodução/Youtube
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