18/02/2021
Pressionado por escassez de vacina da Covid-19 no Brasil, Pazuello promete imunizar todo o país ainda este ano
Pressionado pela escassez de doses de vacina da covid-19, o
ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, repetiu nesta quarta-feira, 17, que toda a
população será imunizada em 2021. Em reunião com governadores, o general
apresentou um cronograma que prevê a entrega até mesmo de vacinas que ainda não
foram contratadas, como a Sputnik, Covaxin e Moderna. “Temos uma previsão fantástica de recebimento de vacinas”,
disse Pazuello aos governadores, segundo uma autoridade que acompanha a
reunião. O general já havia feito esta promessa na última semana, em reunião no
Senado. Como mostrou o Estadão, no ritmo em que a vacinação contra a covid-19 é
conduzida no Brasil, o País levaria mais de quatro anos para ter toda a sua
população imunizada, conforme cálculo de pesquisador da USP. O cronograma apresentado por Pazuello apontava que o Brasil
receberia cerca de 454,9 milhões de doses de vacinas em 2021. Além disso, há
negociações com a Pfizer e Janssen sob "óbice jurídico", segundo os
dados apresentados. A conta de Pazuello intrigou governadores, segundo pessoas
presentes na reunião. Primeiro, porque uma versão diferente do cronograma foi
enviada pela manhã pelo ministério. Além disso, por considerar negociações
ainda em andamento ou de vacinas que nem sequer apresentaram dados de eficácia,
como a indiana Covaxin. Governadores cobraram mais agilidade do ministro para compra
de vacinas. "Não basta um calendário, é preciso, urgente, ampliar a
quantidade de doses de vacina", disse a governadora do Rio Grande do
Norte, Fátima Bezerra. O ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos,
participa também da reunião. Pazuello reconheceu que há forte onda de internações pela
covid. "Essa realidade vai fazer com que a gente precise se reorganizar.
Precise de recursos extraorçamentários", disse aos governadores. Pelo cronograma apresentado pelo ministro, a distribuição
das doses até julho será a seguinte: Janeiro: 10.700.00
doses - 2 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca fabricada na
Índia - 8,7 milhões da Coronavac Fevereiro: 11.305.000
doses - 2 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca fabricada na
Índia - 9,305 milhões da Sinovac Março: 46.033.200
doses - 4 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca fabricada na
Índia - 12,9 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca envasada na
Fiocruz - 2,66 milhoes da vacina de Oxford/AstraZeneca comprada via
Covax Facility - 18,06 milhões da Sinovac - 400 mil doses da Sputnik V - 8 milhões de doses da Covaxin Abril: 57.262.258 - 4 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca fabricada na
Índia - 27,3 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca envasada na
Fiocruz - 15,96 milhões da Sinovac - 2 milhões da Sputnik V - 8 milhões da Covaxin Maio: 46.232.258 - 28,6 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca envasada na
Fiocruz - 6,03 milhões da Sinovac - 7,6 milhões da Sputnik V - 4 milhões da Covaxin Junho: 42.636.858 - 28,6 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca envasada na
Fiocruz - 8,04 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca comprada via
Covax Facility - 6,03 milhões da Sinovac Julho: 16.548.387 - 3 milhões da vacina de Oxford/AstraZeneca envasada na
Fiocruz - 13,54 milhões da Sinovac De julho a dezembro, a previsão é que a Fiocruz fabrique de
ponta a ponta 110 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, mas não há
um quantitativo exato para cada mês. Neste período, o Instituto Butantan deve entregar 13,54
milhões de doses da Coronavac em agosto e 8,8 milhões em setembro. Além disso,
o governo pretende receber 30 milhões de doses da vacina da Moderna em outubro. O ministério também aponta que negocia a compra de 30
milhões de doses adicionais da Coronavac, que seriam entregues de outubro a
dezembro. Em dezembro, o governo também espera receber 31,8 milhões de
doses via Covax Facility.
Pazuello ainda apontou como "possibilidades" a
compra das vacinas da Pfizer, com previsão de entrega de cerca de 8,71 milhões
de doses em julho e outras 32 milhões em dezembro, além da compra de 16,9
milhões de unidades da Janssen. Estas negociações, segundo disse o ministro,
enfrentam "óbices" jurídicos. Estadão
|