04/10/2022
Número de crianças de 7 a 10 anos que postam fotos nuas na internet cresce 360%, mostra estudo
SÃO PAULO, SP - A instituição Internet Watch Foundation
(IWF) divulgou um relatório que mostra que, apenas nos primeiros seis meses
deste ano, foram publicadas na internet 19.760 selfies de crianças, com idade
entre 7 e 10 anos, com conteúdo de nudez ou sexual. O número representa um
aumento de 360%, em comparação ao mesmo período de 2020. Para a instituição,
esse aumento representa uma “emergência social e digital”. Entre o grupo de crianças de 11 a 13 anos, o número de
imagens é ainda maior. No primeiro semestre de 2022, foram descobertas pela
instituição mais de 56 mil fotos do tipo, um aumento de 107%, em relação a
2020. As imagens encontradas e analisadas pela IWF, em geral, são
filmadas em vídeo, por meio de chats na internet, em que crianças conversam com
adultos ou crianças mais velhas e são coagidas a tirar a roupa, mostrar partes
do corpo ou performar atos inadequados. Depois, os vídeos e fotos são
compartilhados pela rede. Em alguns casos, as crianças são chantageadas e,
desta forma, sentem-se obrigadas a fazer fotos e vídeos ainda mais explícitos e
enviar aos aliciadores. “Não podemos simplesmente aceitar, ano após ano, que imagens
sexuais de crianças possam ser trocadas sem restrições online. As crianças não
têm culpa. Muitas vezes, elas são coagidas, enganadas ou pressionadas por
abusadores sexuais”, declarou Susie Hargreaves, da IWF, que monitora a web em
busca de imagens de abuso infantil. A instituição também cria uma lista de
páginas que podem ser bloqueadas pelos provedores de internet. “Precisamos
atacar essa criminalidade de várias direções, incluindo fornecendo apoio aos
pais e cuidadores, para que tenham discussões positivas sobre o uso de
tecnologia e abuso sexual”, disse Hargreaves. 4 maneiras de
proteger seu filho de abuso sexual online 1. Se o seu filho tem um perfil em alguma rede social ou usa
serviços de troca de mensagens, não deixe os dados liberados para quem não é
amigo e não coloque muitas fotos. 2. Converse com seu filho sobre o uso da internet. Se
precisar, ative filtros de segurança no computador. 3. Fique sempre por perto quando seu filho estiver navegando
e saiba quais são os sites que ele visita. Se for necessário, verifique o
histórico com alguma frequência. 4. Fique atento ao comportamento de seu filho. Mudanças
bruscas, apesar de não comprovarem que algo de errado está acontecendo, podem
representar fortes indícios. Voltar a fazer xixi na cama, ter brincadeiras
violentas com bonecas e medo de ficar sozinho com adultos, apresentar
comportamento mais “sexualizado” e problemas na escola são alguns destes
sinais.
Daniela Pedroso, psicóloga do Hospital Pérola
Byington/Revista Crescer, com foto: Ilsutração/Pixabay
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