20/02/2021
Polícia prende pastor que está sendo investigado por assédio sexual contra fiéis, a maioria jovens
A Polícia Civil prendeu nesta sexta-feira (19) o pastor
Jeremias Barroso, de 50 anos, por acusações de assédio sexual contra fiéis, a
maioria jovens. A detenção em caráter preventivo aconteceu em Macapá após
investigação da Delegacia de Crimes Contra a Mulher (DCCM) baseada em relatos
de vítimas. Ele nega ter cometido a prática criminosa. A delegada Marina Guimarães, que atua no caso, informou que
o pastor responde pelo crime de violação sexual mediante fraude, quando a
vítima é induzida ao erro, por acreditar que determinada conduta é necessária e
que vai fazer bem à pessoa. "Ele se utilizava da condição de pastor, ele ludibriava
as vítimas, se utilizava da confiança que elas depositavam nele, para abusar
sexualmente delas. As vítimas, acreditando que o pastor estava fazendo aquilo
para orar por elas, acabavam se deixando levar por aquele comportamento
dele", explicou. As investigações iniciaram após três mulheres denunciarem a
conduta do pastor à DCCM. Segundo a delegada, outras vítimas não registraram
boletim de ocorrência por medo do suspeito. "Iniciamos a investigação com três boletins de
ocorrência. No decorrer foram surgindo novas pessoas, várias delas com muito
receio do pastor porque consideravam ele uma pessoa perigosa. Vamos instaurar
quantos inquéritos forem necessários para apurar a conduta do pastor",
afirmou. A defesa de Barroso informou que foi surpreendida com o
pedido de prisão, que o pastor nega as acusações e que os fatos relatados não
aconteceram. "Ele nega sim, não houve esses fatos relatados por
essas vítimas, ele nega e no tempo oportuno trará as suas razões",
declarou o advogado Maurício Pereira. Além da prisão, o pastor também foi alvo de mandado de busca
e apreensão. Ele foi encaminhado para exames na Polícia Técnico-Científica
(Politec) e ainda na sexta-feira foi levado para o Instituto de Administração Penitenciária
do Amapá (Iapen). A defesa de Jeremias, que também é servidor público,
completou ainda que outras medidas poderiam ter sido adotadas ao invés da
prisão, considerada por ele demasiada. "Os fatos a que ele responde não são contemporâneos,
são fatos anteriores há mais de um ano, o que não justifica em hipótese alguma
a prisão preventiva. Até justificaria medidas cautelares, adversas da prisão
(...), mas a prisão preventiva representa realmente um imenso exagero, que será
combatido pela defesa pelos meios legais", completou Pereira.
Caso seja condenado, o pastor poderá cumprir até cinco anos
de prisão por cada vítima confirmada. G1
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