28/11/2022
Polícia investigará acesso de adolescente que atacou duas escolas em Aracruz-ES às armas do pai
ARACRUZ, ES - A Corregedoria da Polícia Militar do Espírito
Santo abriu, hoje (28), procedimento administrativo para apurar as
circunstâncias em que o adolescente de 16 anos de idade teve acesso às armas do
pai para provocar o ataque em duas escolas no distrito de Coqueiral, em
Aracruz, na manhã de sexta-feira (25). Ele é filho de um policial militar e
usou duas armas de responsabilidade do pai, um revólver de calibre 38 de
propriedade privada, e uma pistola 40 pertencente à Polícia Militar. A Polícia Civil também está investigando a conduta ou
omissão dos pais sobre a atuação do atirador. Eles serão interrogados hoje. O
adolescente foi apreendido e informou à polícia que sempre que tinha
oportunidade de ficar sozinho em casa manuseava as armas do pai. Em entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira, as
autoridades policiais informaram que as armas estavam escondidas no quarto dos
pais do adolescente, uma delas com um cadeado. Após os ataques, o jovem voltou
para casa, devolveu as armas para o mesmo lugar e fingiu que nada tinha
acontecido até a chegada dos policiais. Os ataques ocorreram na Escola Estadual Primo Bitti e no
Centro Educacional Praia de Coqueiral, uma escola particular. De acordo com a
polícia, o atirador escolheu os locais pela proximidade com a sua casa. Durante o atentado o adolescente usava símbolos nazistas.
Também foram encontrados conteúdos semelhantes em seu celular. Segundo as
investigações, apesar de o atirador ser simpatizante de ideias nazistas, não há
confirmação de que fazia parte de qualquer grupo organizado. À polícia, ele
disse que planejou o ataque porque sofria bullying. O jovem era considerado
introspectivo, fazia tratamento psiquiátrico e psicológico e havia abandonado a
escola há 6 meses. O secretário de Segurança Pública e Defesa Social do
Espírito Santo, Marcio Celante, reforçou que foi um fato isolado e pediu
tranquilidade à população. “Nós conseguimos apreender o adolescente que
executou o ato criminoso, as investigações estão avançando, pedimos essa
tranquilidade à população e confiança nas forças de segurança”, disse. Vítimas Quatro pessoas morreram no ataque, três professoras e uma
estudante de 12 anos de idade. Ao todo foram atendidas 16 vítimas, com três
mortes nos locais do ataque, duas professoras e a estudante. A Secretaria de Saúde do Espírito Santo informou que cinco
pessoas permanecem internadas. Elas são atendidos em três instituições
hospitalares da rede estadual. Duas professoras, de 45 e 52 anos, estão em estado grave na
UTI do Hospital Estadual Doutor Jayme dos Santos Neves, em Serra. Outra
professora, de 58 anos, está sendo atendida em Vitória, no Hospital Estadual de
Urgência e Emergência São Lucas. O estado de saúde dela é estável e aguarda
melhora de feridas em membro inferior para ser submetida à nova cirurgia.
Também na capital capixaba, dois alunos seguem internados no
Hospital Estadual Infantil Nossa Senhora da Glória. Segundo a secretaria, um
menino de 11 anos que estava em estado grave evoluiu para estável e foi
transferido para uma unidade semi-intensiva. Uma menina de 14 anos segue
entubada na UTI, e o estado de saúde é muito grave. Agência Brasil, com foto: Reprodução
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