26/12/2022
Empresário preso por bomba comprou R$ 170 mil em armas e disse que iria distribuir a bolsonaristas
BRASÍLIA, DF - Em depoimento prestado à Polícia Civil do
Distrito Federal (PCDF), o empresário bolsonarista George Washington de
Oliveira Sousa, 54 anos, preso acusado de planejar um atentado na capital,
confessou que pretendia distribuir armas e munições para os apoiadores do
presidente Jair Bolsonaro, que estão acampados em frente ao Quartel-General do
Exército (QG). George foi preso por investigadores da 10ª Delegacia de
Polícia (Lago Sul), na noite desse sábado (24/12), depois de tentar explodir
uma bomba na área do Aeroporto Internacional de Brasília. O empresário é
morador do Pará e decidiu, ao término do segundo turno das eleições de 2022,
deixar a mulher e os filhos na terra natal para vir a Brasília integrar o
grupo que protesta contra a contra a eleição de Lula (PT). No Pará, ele já
participava de manifestos semelhantes, mas teria vindo ao DF na intenção de
fortalecer o movimento. O empresário viajou em uma caminhonete e trouxe armas,
munições e artefatos explosivos no interior do veículo, segundo a Polícia Civil. George
chegou na capital em 12 de novembro e ficou hospedado por um tempo em um hotel
da área central. Depois, alugou um imóvel por meio de uma plataforma de serviço
on-line para acomodações e hospedagem. O Correio Braziliense apurou que o bolsonarista adquiriu o
registro de caçador, atirador e colecionador (CAC) em outubro de 2021 e, desde
então, montou um verdadeiro arsenal. Em oitiva na delegacia, ele alegou
que pagou mais de R$ 170 mil na compra de armas e munições. “Ele
confessou que tinha intenção de cometer um crime no Aeroporto, com objetivo
de chamar atenção para o movimento a favor do atual presidente Jair
Bolsonaro, que eles estão empenhados no QG", afirmou o diretor-geral da
PCDF, delegado Robson Cândido. Ainda em depoimento, George disse que a ideia era distribuir
armamentos e munições entre os apoiadores do atual presidente, caso houvesse
necessidade e orientação nesse sentido. O Correio Braziliense procura a defesa de George Washington
De Oliveira Sousa para uma possível manifestação. O espaço segue aberto para o
direito de resposta do empresário. Atentado Na tarde deste sábado, o Esquadrão de Bombas da Polícia
Militar do Distrito Federal (PMDF) conseguiu desativar um artefato
explosivo encontrado próximo ao Aeroporto de Brasília, por volta de 13h20. O material explosivo foi encontrado dentro de uma
caixa por funcionários da Inframérica por volta de 7h45, após um caminhão
ter deixado a caixa na via pública, ainda pela madrugada. Os funcionários
interditaram parte da pista com cones, e esperaram os policiais militares
chegarem. Com a PMDF no local, uma das pistas sentido ao Aeroporto de
Brasília foi interditada. O procedimento para a remoção do objeto, que são duas
bananas de dinamite ligadas a um fio, iniciou por volta de 11h55 pelo Esquadrão
de Bombas da corporação. Às 13h20, o grupo desativou a bomba, e deixou o local
logo após, seguido do CBMDF e da PF. Policiais civis ficaram por lá para a
realização da perícia. De forma espontânea, o criminoso confessou que queria chamar
atenção para as questões políticas que têm defendido. "Não temos noção de
quantas pessoas colaboraram com ele, mas as investigações vão se aprofundar.
Nós respeitamos as manifestações, mas quando ela foge de princípios
constitucionais e fere a liberdade do próximo, a PCDF vai agir, e agir com
rigor", afirmou o diretor Robson.
"Se esse material adentrasse o Aeroporto de Brasília,
próximo a um avião com 200 pessoas, seria uma tragédia aqui dentro de
Brasília, jamais vista, seria motivo de vários noticiários internacionais, mas
nós conseguimos interceptar", frisou. O acusado foi indiciado
pela prática de terrorismo, posse e porte de armamento e munição e posse de
artefato explosivo. Correio Braziliense, com foto: Divulgação/PCDF
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