26/12/2022
Forças de Segurança encontram mais material explosivo e coletes balísticos no Distrito Federal
BRASÍLIA, DF - Uma denúncia levou as forças de segurança do
Distrito Federal a localizar e destruir artefatos explosivos deixados em um
matagal do Gama, região administrativa a cerca de 35 quilômetros da Esplanada
dos Ministérios, em Brasília. Os policiais militares chegaram ao local perto das 15h30
deste domingo (25). Além dos explosivos, encontram coletes balísticos e capas
para esses coletes. A área foi interditada até que o esquadrão de bombas do
Batalhão de Operações Especiais (Bope) detonasse o material, por volta das
22h30 de ontem. A ocorrência foi registrada na 20ª Delegacia de Polícia, que
vai apurar a procedência dos explosivos e tentar identificar quem deixou o
material no matagal, sem nenhum cuidado adicional. Até o momento, ninguém foi
detido. Todo o material foi apreendido um dia após a prisão de
George Washington de Oliveira Sousa, acusado de colocar uma bomba caseira em um
caminhão-tanque carregado com combustível. Segundo Robson Cândido, o delegado-geral da Polícia
Civil do Distrito Federal (PCDF), George Sousa admitiu que pretendia cometer um
atentado na capital federal, poucos dias antes da posse do presidente eleito
Luiz Inácio Lula da Silva, como forma de produzir uma situação caótica que
forçasse o atual governo a decretar estado de sítio. "Ele [Sousa] confessou que realmente tinha a intenção
de fazer um crime no aeroporto, que seria destruir algo para causar o caos. O
objetivo dele era justamente chamar atenção para o movimento [em] que eles
estão empenhados", disse o delegado-geral, referindo-se a apoiadores do
presidente Jair Bolsonaro que não aceitam o resultado das eleições. Inconformismo Gerente de um posto de gasolina na cidade de Xinguara, no
Pará, George Sousa, 54 anos, viajou para Brasília dias após o segundo turno das
eleições gerais, realizadas em 30 de outubro. Inconformado com a vitória de
Lula, George estava acampado em frente ao Quartel General do Exército, junto
com centenas de outros manifestantes que, entre outras coisas, pedem a anulação
da eleição e intervenção militar. Segundo a Polícia Civil, um arsenal de guerra atribuído a
George foi encontrado em um apartamento do Sudoeste, bairro de classe média
alta de Brasília. Ali, estavam guardadas armas, incluindo um fuzil, duas
espingardas, revólveres, muita munição e explosivos. Embora esteja registrado
como colecionador, atirador e caçador (CAC), George não tem autorização para viajar
armado. Tampouco para portar explosivos. "Ele [George] é morador do Pará e veio justamente para
participar de manifestações no QG [Quartel General] do Exército. Ele faz parte
desse movimento de apoio ao atual presidente e estão imbuídos nessa missão,
segundo ele, ideológica”, acrescentou Cândido, afirmando que a ação dos
manifestantes “saiu do controle”. No último dia 12, um grupo de pessoas identificadas como
participantes do acampamento montado diante do QG do Exército tentou invadir a
sede da Polícia Federal (PF), em Brasília. A ação foi motivada pela prisão do indígena José Acácio
Serere Xavante, e resultou em atos de vandalismo e violência, com manifestantes
ateando fogo em carros e ônibus e depredando uma delegacia de polícia.
O futuro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo
Lula, Flávio Dino, classificou, ontem (25), como um ato de
"terrorismo" a tentativa de explodir um caminhão-tanque no aeroporto
de Brasília. “Os graves acontecimentos de ontem comprovam que os tais
acampamentos ‘patriotas’ viraram incubadoras de terroristas. Medidas estão
sendo tomadas e serão ampliadas, com a velocidade possível", afirmou Dino. Agência Brasil, com foto: Divulgação/PMDF
|