30/12/2022
Com marido preso por atos de vandalismo, esposa chora silêncio e ausência de Bolsonaro: “Cadê você?”
BRASÍLIA, DF - A Polícia Federal (PF) prendeu no RJ um
suspeito de envolvimento nos atos de vandalismo em Brasília no último dia 12.
No episódio, apoiadores radicais do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram
invadir um prédio da PF e acabaram incendiando carros e ônibus. A TV Globo apurou que o suspeito é o jornalista Atilla Mello,
de 41 anos, que se apresenta como “patrióta” [sic]. Ele foi preso nesta
quarta-feira (28) em São Gonçalo. A prisão foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes,
do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A defesa de Atilla afirmou que “a prisão cautelar foi um ato
excessivo do ministro Alexandre de Moraes”. “Não há elementos probatórios de
que Atilla é ou foi líder do ocorrido na sede da Polícia Federal em Brasília”,
informam os advogados Daniel Barbosa Marques da Silva e Henrique da Costa
Pinho. A reportagem também descobriu que Atilla estava em Brasília
no dia 12 e, antes, passou dias no acampamento golpista em frente ao Comando
Militar do Leste, no Centro do Rio. Em uma postagem nas redes sociais, Atilla fez um pedido ao
presidente. “Depois que tudo isso acabar o Povo Patriota que estão nos
Quartéis. Precisam de uma Bolsa Terapia e Bolsa Psícologo. Sofremos fortes
emoções...”. “É sério gente preciso desse Auxílio”, pôs na legenda. Golpe de estado De acordo com a Polícia Federal, "o conjunto da
investigação buscou identificar e individualizar as condutas dos suspeitos de
depredar bens públicos e particulares, fornecer recursos para os atos
criminosos ou, ainda, incitar a prática de vandalismo". Os crimes investigados são de dano qualificado, incêndio
majorado, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de
Direito e golpe de Estado, cujas penas máximas somadas atingem 34 anos de
prisão. Nesta quinta-feira (29), a PF saiu para cumprir 32 mandados
pela Operação Nero nos estados de Rondônia, Pará, Mato Grosso, Tocantins,
Ceará, São Paulo, Rio de Janeiro e no Distrito Federal. Um dos endereços, ligado a Atilla, é em Nova Iguaçu, na
Baixada Fluminense. Resgate de preso
frustrado A operação ganhou o nome de Nero, em referência ao imperador
romano do primeiro século que ateou fogo em Roma. Segundo a PF, as investigações tiveram início depois da
tentativa de invasão à sede da PF. À ocasião, bolsonaristas tentaram resgatar
José Acácio Serere Xavante, indígena preso pela instituição no dia 12 de
dezembro. Sem sucesso, iniciaram ataques de vandalismo na capital. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 8 veículos, entre carros
e ônibus, foram incendiados pelo grupo. Eles também quebraram vidros de
automóveis, depredaram equipamentos públicos e a 5ª Delegacia de Polícia, na
Asa Norte.
A PF afirma que a investigação teve início na corporação, em
conjunto com a Polícia Civil do DF, que apurou os ataques de vandalismo na
capital. Por declínio de competência, os inquéritos foram enviados ao Supremo
Tribunal Federal (STF). g1, com foto: Reprodução/Redes Sociais
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