31/12/2022
Joênia Wapichana chefiará a Funai no governo Lula; será a primeira indígena a comandar o órgão
BRASÍLIA, DF - A deputada federal Joênia Wapichana (Rede-RR)
confirmou que assumirá a presidência da Fundação Nacional do Índios a convite
do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Primeira indígena eleita para a
Câmara dos Deputados, em 2018, a advogada não foi reeleita este ano. Em
compensação, está em via de tornar-se também a primeira indígena a chefiar o
órgão indigenista. No fim da tarde de hoje, Lula publicou, no Twitter, uma foto
sua com Joênia, destacando o fato de, “pela primeira vez”, a Funai ser
presidida por uma indígena. “Novos tempos para o Brasil”, escreveu o presidente
eleito. Pouco depois, a própria deputada republicou a mensagem de Lula,
acrescentando a ela uma declaração: “Desafio aceito!”. Atualmente, a Funai está vinculada ao Ministério da Justiça
e Segurança Pública, mas a partir da próxima segunda-feira (1), quando Lula e
seu vice, Geraldo Alckmin forem empossados, passará a compor o organograma do
Ministério dos Povos Indígenas, pasta criada pelo futuro governo e que será
chefiada por outra indígena, a deputada federal eleita Sônia Guajajara
(Psol-SP). Ontem (29), após nomear Sônia para o comando do novo ministério,
Lula antecipou que indígenas também comandarão a Funai e a Secretaria Especial
de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde. “Eles [indígenas] estão mais do que preparados para
trabalhar nos seus problemas e resolver seus problemas”, afirmou o presidente
eleito, manifestando estar “feliz” ao nomear a primeira ministra indígena da
história brasileiro. “Falei com a Sônia Guajajara que [esta será] uma
experiência nova, que todos nós temos que trabalhar para [nos] ajudar.”
Em sua conta pessoal no Twitter, Sônia escreveu que se sente
honrada e feliz. “Mais do que uma conquista pessoal, esta é uma conquista
coletiva dos povos indígenas, um momento histórico de princípio de reparação no
Brasil. A criação do Ministério é a confirmação do compromisso que Lula assume
com nós”. Agência Brasil, com foto: Roque de Sá/Agência Senado
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