08/01/2023
Com intervenção federal decretada por Lula, interventor passa a comandar segurança pública no DF
BRASÍLIA, DF - O presidente da República Luiz Inácio Lula da
Silva anunciou a publicação neste domingo (8) de um decreto que prevê a
intervenção na área de segurança pública do Governo do Distrito Federal (GDF).
Segundo o decreto, o prazo da intervenção vai até 31 de janeiro de
2023. “Essa intervenção está limitada à área de segurança pública,
com o objetivo de conter o grave comprometimento da ordem pública no DF,
marcado pela violência contra prédios públicos”, disse Lula durante viagem que
faz a Araraquara (SP). A intervenção será comandada pelo secretário-executivo do
Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli, subordinado diretamente à Presidência
da República. “O interventor poderá requisitar recursos financeiros,
tecnológicos, estruturais necessários a quaisquer órgãos”, acrescentou Lula. Segundo o decreto, leis que não tiverem relação com
segurança pública permanecem sob responsabilidade do governo local. Antes de assinar o decreto, o presidente condenou os atos
antidemocráticos que tomaram conta da Praça dos Três Poderes e
disse ter havido falha de segurança. “Achamos que houve falta de
segurança. Queria dizer para vocês que todas as pessoas que fizeram isso serão
encontradas e punidas. Eles vão perceber que a democracia garante o direito de
liberdade, de livre comunicação e expressão, mas vão exigir que as pessoas
respeitem as instituições criadas para fortalecer a democracia”, declarou. O presidente prometeu que todas as pessoas que participaram
da depredação serão punidas pela lei e chamou de irresponsáveis os atos
antidemocráticos. “É importante lembrar que a esquerda brasileira teve gente
torturada, morta, desaparecida. Nunca vocês leram notícias de gente de esquerda
invadindo o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto”,
disse. “Essa gente tem de ser punida, inclusive vamos descobrir
quem são os financiadores desses vândalos que foram a Brasília, e todos eles
pagarão com a força da lei pelo gesto de irresponsabilidade, esse gesto
antidemocrático e esse gesto de vândalos e de fascistas”, declarou o
presidente, que classificou de barbárie a invasão das sedes dos Três Poderes. A Polícia Militar do Distrito Federal informou que todas
ações da PMDF têm, por base, orientações que são determinadas pelas autoridades
de segurança do Governo do Distrito Federal, e responsabilizou eventuais falhas
de planejamento nas ações de proteção à Praça dos Três Poderes à Secretaria de
Segurança Pública do Distrito Federal. A secretaria tinha à frente o
ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, Anderson Torres, que foi exonerado há
pouco pelo governador Ibaneis Rocha. Interventor federal Pelo Twitter, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio
Dino, disse que o secretário Ricardo Cappelli já se deslocou para assumir a
intervenção na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. "E
seguimos com as operações cabíveis visando ao restabelecimento da ordem
pública", completou o ministro.
De acordo com informações do ministério, Cappelli é
jornalista, especialista em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas
(FGV) e atua, há 22 anos na administração pública. Ele já atuou como secretário
municipal, secretário estadual e secretário nacional em áreas diversas no
estado do Maranhão. Agência Brasil, com foto: Ricardo Stuckert
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