24/01/2023

Bolsonaro usou cartão corporativo para pagar combustível para as motociatas e até antidepressivos



BRASÍLIA, DF - Notas fiscais de compras feitas com o cartão corporativo da Presidência da República, na gestão Jair Bolsonaro, indicam que o dinheiro público foi usado para comprar combustível para motociatas, remédios de uso controlado e até guloseimas. 

O material foi obtido pela agência Fiquem Sabendo, especializada em pedidos pela Lei de Acesso à Informação, e começou a ser divulgado nesta segunda-feira (23). Os membros da agência trabalham, nesta semana, para digitalizar e tornar públicos os dados. 

No último dia 12, também em resposta à Fiquem Sabendo, o governo federal divulgou os dados dos cartões corporativos da gestão Jair Bolsonaro – em geral, essas informações ficam em sigilo até o fim do mandato de cada presidente. 

A Secretaria-Geral da Presidência da República também passou a divulgar, no site oficial da pasta, os dados dos cartões corporativos de 2003 a 2022. 

Até esta segunda, no entanto, estavam disponíveis apenas os valores de cada transação. Com as notas fiscais agora públicas, será possível saber também o detalhamento de cada compra. 

Veja alguns dos itens que constam nas notas do cartão corporativo da presidência 

Carne 

Entre as notas, há uma de 24 de junho de 2019 no valor de R$ 3.202,06. Somente naquele dia, Bolsonaro gastou mais de mil reais em cortes de carnes. Foram R$ 372 em filé mignon, R$ 218 em filé de costela, 131 em lagarto, R$203 em picanha e R$165 em filé de frango. 

Antidepressivos 

Uma nota registrada em abril de 2019, no valor de R$ 272,30, mostra a compra de dois medicamentos: Lexapro e Rivotril. 

Os medicamentos são usados para tratar depressão e outros transtornos de humor e ansiedade. 

Motociatas 

Em um dos documentos que acompanham as notas fiscais e destacados pela agência Fiquem Sabendo, consta um pedido de "apoio administrativo complementar" para abastecer motocicletas oficiais e descaracterizadas da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). 

Os veículos, segundo o documento, seriam usados para uma motociata de Jair Bolsonaro em São Paulo. Os eventos eram apenas manifestações públicas de apoio ao então presidente, e não envolviam qualquer ação de governo.

g1, com foto: Alan Santos/PR

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