02/02/2023
Glória Maria enfrentou câncer de pulmão e câncer com metástase no cérebro; entenda
RIO DE JANEIRO, RJ - A jornalista Glória Maria, de 73 anos,
um dos símbolos do jornalismo brasileiro e pioneira na TV, morreu na manhã
desta quinta-feira (2/2). A apresentadora enfrentava um câncer no cérebro, e
estava internada no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, desde 4 de janeiro,
mas o tratamento deixou de fazer efeito nos últimos dias. Foi a segunda vez que Glória precisou se ausentar da
apresentação do Fantástico, da TV Globo, para cuidar da saúde. Em 2019, ela foi
diagnosticada com um câncer de pulmão, do qual tratou com imunoterapia, com resposta positiva. Mas, depois, a jornalista sofreu metástase no cérebro, que
também pôde, inicialmente, ser tratada com êxito por meio de cirurgia de
emergência a fim de retirar uma “lesão expansiva", conforme a junta
médica. O tumor foi totalmente removido. E, desde então, ela passava por uma
série de procedimentos médicos com o intuito de recuperar-se totalmente. Ela
ficou afastada por quase dois anos da televisão e voltou a trabalhar em 2021.
Infelizmente, os novos tratamentos não avançaram. Na luta para manter a saúde, no meio do caminho, Glória
também teve COVID, o que resultou em sequelas que afetaram seu pulmão. As
consequências dessa contração foi sua internação e a instalação de um dreno no
pulmão da jornalista. Até o fechamento desta matéria, a causa oficial da morte de
Glória Maria ainda não tinha sido divulgada. Cânceres agressivos Segundo o Oncoguia, o câncer de pulmão pode começar nas
células que revestem os brônquios e partes do pulmão, como os bronquíolos e alvéolos.
Ele se desenvolve a partir do crescimento desordenado das células provocando o
aparecimento de um tumor que tem a capacidade de se disseminar para outras
partes do corpo. É um tumor agressivo. Sobre o câncer de cérebro, o Oncoguia também informa que é
importante entender a diferença entre os tumores que se iniciam no cérebro
(tumores cerebrais primários) e os tumores que se iniciam em outros órgãos,
como pulmão ou mama, e se disseminaram para o cérebro (tumores cerebrais
metastáticos). Em adultos, os tumores cerebrais metastáticos são mais
frequentes que os tumores cerebrais primários. E diferente dos cânceres que começam em outras partes do
corpo, os tumores que começam no cérebro ou na medula espinhal raramente se
disseminam para outros órgãos. Entretanto, os tumores cerebrais ou da medula
espinhal raramente são considerados benignos. Eles ainda podem provocar lesões
importantes ao crescer e se espalhar para áreas adjacente, onde podem destruir
o tecido cerebral normal. Tumores cerebrais Segundo Felipe Mendes, neurocirurgião, membro da Sociedade
Brasileira de Neurocirurgia com MBA executivo em Gestão em Saúde pelo Hospital
Albert Einstein, existem dois grandes grupos de tumores cerebrais: os tumores
primários, que são originados de células existentes no sistema nervoso central,
e os tumores secundários ou metástases, que são lesões formadas por células
tumorais vindas de outros tecidos do corpo. Muitos tipos de câncer podem levar
a metástases cerebrais, porém, os mais comuns são os cânceres de mama, cólon,
pulmão e o melanoma. Dados do INCA mostram que o número estimado de novos casos
de câncer do sistema nervoso central (SNC) para o Brasil, a cada ano do triênio
de 2023 a 2025, é de 11.490 casos, sendo 6.110 casos em homens e 5.380 em
mulheres. As metástases estão entre os tipos mais comuns de lesões no
sistema nervoso central. Muitas vezes, a descoberta de um câncer ocorre quando uma
metástase começa a apresentar sintomas, que variam de acordo com a localização
da lesão e a quantidade. Infelizmente podem, às vezes, existir várias lesões
simultâneas. Entre os sintomas, estão a dor de cabeça, vômitos, crise
epiléptica, alteração de marcha, dificuldade de movimentar um lado do corpo,
alteração da sensibilidade ou da linguagem.
Não existe um mesmo tipo de tratamento para todos os casos.
As decisões sobre qual tipo de terapia será utilizada é muito individualizada.
Muitas vezes podem necessitar de cirurgia associado a radioterapia, porém
outras lesões podem ser tratadas com radioterapia ou radiocirurgia ou
medicamentos - quimioterápicos ou medicamentos alvo-específicos. EM, com foto: Reprodução/Instagram
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