09/02/2023
Médicas exoneradas após zombar de criança ferida em hospital são recém formadas
MANAUS, AM - As duas médicas demitidas depois de divulgarem
um vídeo zombando de uma criança que aguardava atendimento no Amazonas têm o
registro profissional há pouco mais de dois meses. De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM), Sofia
Rodrigues Gonçalves e Beatriz Afonso de Almeida receberam o registro no órgão
no dia 5 de dezembro de 2022. O documento é exigido para exercer a profissão. Sofia e Beatriz têm 24 anos e se formaram em 2022 na Universidade
do Estado do Amazonas (UEA), uma instituição pública. O trabalho no Hospital
Raimunda Francisca Dineli da Silva, em Maués, foi um dos primeiros das
profissionais. O Conselho Regional de Medicina do Estado do Amazonas
(CRM-AM) informou, nesta quinta-feira (9), que vai apurar as reponsabilidades
profissionais e éticas das médicas. Ao g1, o órgão disse que determinou uma sindicância "ex
officio", ou seja, por iniciativa própria. "O procedimento instaurado
seguirá o disposto no Código de Processo Ético – Profissional (Resolução CFM nº
2.306/2022)", afirmou o CRM. Conforme a entidade, o processo de apuração vai seguir sob
sigilo. "Informamos ainda que o Conselho de Medicina do Amazonas não
compactua com este tipo de atitude e que trabalhamos diuturnamente em prol da
ética e da boa medicina", diz o conselho, em nota. O conselho não informou se as médicas podem perder o
registro profissional. O caso As médicas foram flagradas divulgando um vídeo em que
zombavam do choro de uma criança que aguardava atendimento no Hospital Raimunda
Francisca Dineli da Silva, em Maués, no interior do Amazonas. A criança havia
sido atingida por um raio. No vídeo, feito na terça-feira (7), as duas aparecem em uma
área interna do hospital enquanto a criança chora ao fundo. Uma delas pergunta:
“É você quem vai suturar essa criança?”. Em seguida, a outra responde: “Isso
mesmo, exorcizar essa criança”.
A imagem viralizou nas redes, e as duas foram demitidas do
hospital. Em nota, após a demissão, a unidade lamentou o caso e reforçou que as
duas não atuam mais no local. g1, com fotos: Reprodução/Internet
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