19/02/2023
Medidas de segurança podem prevenir fraudes financeiras na folia; veja dicas e não caia em golpes
BRASÍLIA, DF - As facilidades de movimentações financeiras,
com pagamentos por meio de cartões ou de aplicativos, podem expor os
consumidores a riscos de fraudes, no carnaval. Mas, algumas medidas preventivas
podem dificultar a ação de criminosos, nas
aglomerações geradas pela folia. A Agência Brasil reuniu orientações da
Federação dos Bancos do Brasil (Febraban), do Instituto de Defesa do Consumidor
(Idec) e de especialistas para os foliões curtirem a festa em segurança. É importante que o consumidor mantenha-se atento no momento
de pagar com cartão. A Febraban aponta que um golpe comum nesta época do ano é
a troca do cartão por golpista que se passa por ambulante. O diretor do Comitê
de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini, explica como ocorre a
fraude: “o golpista usa algum truque e desvia a atenção do folião para que a
vítima digite a senha no campo destinado ao valor da compra. Isso permite que
bandido descubra o código secreto. É importante ressaltar que o campo de senha
deve mostrar apenas asteriscos”. “Também é muito importante que a própria pessoa insira o
cartão na maquininha e confira se o cartão devolvido é realmente o seu”,
acrescenta Volpini. O carnavalesco deve também digitar a senha de modo que não
seja vista por outros, verificar o valor digitado na maquininha, pedir o
comprovante impresso e conferir a operação pelo aplicativo do banco. Há ainda casos de golpistas que entregam a maquininha para o
cliente digitar a senha do cartão e observam os números marcados. Também é
comum que o falso vendedor entregue para o comprador a máquina com o campo
destinado ao valor da compra e não ao código secreto, fazendo com que se
descubra a senha. A federação também pede atenção ao visor da máquina, que se
estiver danificado, o consumidor não deve inserir o cartão. Além disso, é
importante pedir sempre o recibo impresso da transação ou verificar se o valor
está correto nas mensagens da instituição financeira. No caso de pagamento via
QR Code ou transferência, conferir sempre o valor e o destinatário do dinheiro.
Em caso de roubo, o banco deve ser comunicado imediatamente e o consumidor deve
registrar um boletim de ocorrência. Pagamento por
aproximação O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) alerta que o
pagamento por aproximação requer cuidados. Um golpista pode se aproximar de
bolsos, mochilas e pochetes para debitar valores em cartões. Para maior segurança,
os seguidores de blocos de rua devem optar por levar dinheiro trocado. Mas se
quiserem levar o cartão, além de reforçar a proteção, é aconselhável diminuir o
limite de transação diária. “Além da possibilidade de máquinas com vírus no comércio, o uso
com a função ativada em locais de grande circulação de pessoas pode resultar na
realização involuntária de transações, por conta de golpistas que programam as
maquininhas para leitura de valores aleatoriamente”, aponta Ione Amorim,
coordenadora do programa de Serviços Financeiros do Idec. Um meio de proteção é o uso de placas ou cartões com
frequência de ondas magnéticas que bloqueiam a comunicação do cartão quando não
estão em uso. Pix A Febraban aconselha aos clientes reduzirem os valores de
cada transação do Pix. Para isso, basta acessar a função Meus Limites Pix, no
aplicativo de cada banco. No caso de pagamento via QR Code ou transferência,
conferir o valor e o destinatário do dinheiro. Celulares Mais um alerta é para o caso de o folião ter o celular
furtado. Como prevenção, o usuário não deve ter senhas de bancos e cartões de
pagamento salvas no aparelho, por exemplo, em blocos de notas, e-mails,
mensagens de Whatsapp ou em outros locais do celular. Outro mecanismo de
proteção é ativação do bloqueio automático de tela inicial e biometria
facial/digital para acessar o celular e os aplicativos. No fim de semana do pré-carnaval, em São Paulo, pelo menos
110 celulares foram furtados, segundo balanço das polícias Civil e Militar.
Esses foram os aparelhos recuperados pelos agentes. Além disso, 14 pessoas
foram presas durante os blocos. As ações policiais foram ampliadas neste mês
para atuar e coibir crimes contra os foliões. A maior parte das ocorrências,
foram de roubos e furtos. Porém, se mesmo com todos os cuidados, o roubo ou golpe for
consumado, o banco deve ser comunicado imediatamente, para que medidas extras
de segurança sejam adotadas pela entidade, como bloqueio do app e senhas de
acesso. A vítima do crime deve, ainda, registrar um boletim de ocorrência na
polícia local. Responsabilidade dos
bancos A coordenadora do Idec chama atenção para a responsabilidade
dos bancos. “As instituições bancárias e de pagamentos devem manter os
consumidores informados sobre esses cuidados. Além de estabelecer um termo de
adesão ao mecanismo, como informar limites por transação, onde e como proteger
os instrumentos de pagamento, além do cartão físico, o aparelho de celular e
smartwatch.” Segundo Ione, o Banco Central estabeleceu uma norma para que
os bancos se ajustem às questões de segurança desse mecanismo de pagamento por
aproximação, mas o prazo para entrar em vigor é julho. “Consiste em oferecer ao
cliente a possibilidade de ativação e desativação do pagamento por aproximação
diretamente no aplicativo da instituição. Essa medida é importante porque
permite que o consumidor não fique vulnerável em situações pontuais, sem
precisar ligar no banco para obter a desativação temporária.” Outras dicas Algumas medidas prévias no uso do celular podem ser adotadas
para evitar dor de cabeça. Quem ensina como se proteger é o coordenador do
curso de Defesa Cibernética da Faculdade de Tecnologia do Estado (Fatec)
Jundiaí, Benedito Petroni: - Anote o número do seu IMEI – este é o número de
identificação exclusivo de cada celular. Em caso de furto ou roubo, você pode
ligar para a operadora e solicitar o bloqueio. Assim, o celular ficará impedido
de acessar redes móveis. Um atalho para acessar o IMEI é digitar no teclado de
ligações *#06# e automaticamente o número aparecerá. - Cadastre uma senha forte – uma palavra-chave, contendo
letras maiúsculas, minúsculas, caracteres especiais e números, ajuda a fazer
com que seu aparelho fique mais seguro. Não repetir a mesma senha em vários
aplicativos e redes também é importante, assim como, não anotar as senhas no
aplicativo de bloco de notas. - Caso seu telefone disponibilize, opte sempre pelo
desbloqueio por digital – além do acesso ao próprio aparelho, esta é uma ótima
opção de escolha para ativar a abertura de aplicativos, como por exemplo, os
bancários. - Mantenha os aplicativos sempre atualizados. O coordenador
explica que essa é uma importante medida de segurança para celulares,
independentemente do sistema operacional. - Deixe a função NFC sempre desligada – ainda que a
ferramenta de pagamento por aproximação com smartphone ofereça facilidades,
mantê-la desativada é necessário, principalmente em locais com aglomerações de
pessoas. - Use o recurso ‘Pasta Segura’ do aparelho para aplicativos
que contenham informações sensíveis – o recurso pode ser usado para aplicativos
bancários, e-mails, galeria de fotos e outros. Usar o desbloqueio de digital
para a pasta é uma medida a mais de proteção. - Habilite a autenticação de dois fatores em todas as
aplicações em que o recurso estiver disponível – quanto mais artifícios de
segurança, menor o risco de invasão do celular ou roubo dos dados.
- Caso seu celular tenha um aplicativo nativo de
rastreamento, mantenha-o sempre ligado – este recurso vai apontar a localização
do aparelho e pode ajudar nas buscas policiais. O coordenador indica ainda que,
entre todas as dicas, a melhor para aproveitar a folia é: não levar o celular. Pablo Ribeiro – estagiário sob a supervisão de Camila Masciel; colaborou
Daniella Almeida – Agência Brasil, com foto: Pixabay
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