01/03/2021

Troca de comando não adiantou e Petrobrás anuncia 5º reajuste do ano da gasolina



A Petrobrás anunciou nesta segunda-feira, 1.º, o segundo aumento no preço dos combustíveis em duas semanas, o quinto do ano, e o primeiro após o anúncio da saída do presidente da estatal, Roberto Castello Branco. Depois de um reajuste nos preços nas refinarias da estatal em fevereiro, o presidente Jair Bolsonaro disse que os aumentos eram excessivos e divulgou pelas redes sociais a indicação do general Joaquim Silva e Luna para o comando da companhia.

 

Agora, a estatal aumentou a gasolina em 4,8%, o diesel em 5% e o gás de cozinha em 5,2%. No último aumento, em 19 de fevereiro, o diesel subiu 15% e a gasolina 10%. Com o novo aumento, a gasolina acumula alta 41,6% este ano e o diesel, de 33,9%; o gás de cozinha já está 17,1% mais caro em 2021.

 

Bolsonaro anunciou que ia zerar os impostos federais (Pis/Pasep/Cofins) sobre o diesel e o gás de cozinha a partir desta segunda, para amenizar o impacto dos reajustes de preços, mas até o momento nenhuma medida nesse sentido foi divulgada. Mesmo se tivesse anunciado a queda de impostos, o novo aumento anularia qualquer efeito para o consumidor.

 

De acordo com o analista da StoneX, Thadeu Silva, o aumento, que começa a valer na terça-feira, 2, elimina uma defasagem que ainda existia nos preços cobrados no Brasil em relação ao mercado internacional.

 

“Agora ele (o preço) está totalmente alinhado com o mercado internacional, deixa uma janela aberta para as importações. O que falta agora é uma declaração do governo sobre como fica a política de preço com a saída de Castello Branco”, disse Silva ao Estadão/Broadcast.

 

A alta dos combustíveis foi o estopim para a saída do atual presidente da Petrobrás, que pratica a política de paridade com os preços internacionais (PPI), seguindo a cotação do petróleo e seus derivados no mercado global. Depois de ter chegado a custar US$ 20 o barril no auge da pandemia, entre abril e maio do ano passado, a commodity do tipo Brent hoje é negociada a mais de US$ 60 o barril e vem dando sinais de continuidade de alta impulsionada pelo otimismo, principalmente, em relação à economia norte-americana.

 

A partir de terça-feira, o litro da gasolina estará R$ 0,12 mais caro nas refinarias, subindo para R$ 2,60 o litro, alta de 4,8% em relação ao preço anterior. O diesel terá reajuste de R$ 0,13 o litro, para R$ 2,71, um aumento de 5%. O gás de cozinha passa a custar, nas refinarias, R$ 39,69 o botijão de 13 quilos.

Estadão

Notícias no seu email

Receba nossas notícias diretamente no seu email. Cadastre-se.

Newsletter