19/03/2023
Bolsonaro liberou 2.182 agrotóxicos em 4 anos, recorde para um governo desde 2003
BRASÍLIA, DF - O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro
liberou 2.182 agrotóxicos entre 2019 e 2022, o maior número de registros para
uma gestão presidencial desde 2003, segundo dados da Coordenação-Geral de
Agrotóxicos e Afins (CGAA) do Ministério da Agricultura. A informação é do g1. A série histórica do ministério teve início em 2000, no
segundo ano do último mandato de Fernando Henrique Cardoso (FHC). As últimas
liberações de agrotóxicos de 2022 foram divulgadas em dezembro. O levantamento mostra que os registros de agrotóxicos vêm
crescendo ano a ano no país desde 2016. E aponta ainda que: - dos 2.182 agrotóxicos liberados no governo Bolsonaro, 98
são inéditos, o que também é um recorde para um governo na série histórica; - o restante é considerado genérico, ou seja, são
"cópias" de matérias-primas inéditas ou produtos finais baseados em
ingredientes já existentes no mercado; - do total de liberações, 1.816 são químicos e 366
biológicos: os biológicos têm baixo impacto ambiental e são voltados para a
agricultura orgânica – pela legislação brasileira, eles também são chamados de
agrotóxicos; - os registros de biológicos durante o governo Bolsonaro
também bateram recorde para uma gestão presidencial. Uma fonte do Ministério da Agricultura disse ao g1 que o
número alto de liberações está relacionado a uma reorganização, em 2016, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) -- que analisa os riscos dos
agrotóxicos à saúde humana. Uma das mudanças foi a atração de servidores de
outras áreas da Anvisa para o setor de agrotóxicos, por exemplo. Um dos
objetivos era acelerar as análises. O professor da Escola Superior de Agricultura da USP José
Octávio Mentem também associa o recorde a uma maior eficiência dos órgãos
registrantes. São estes: Anvisa, Ibama (que analisa os riscos ambientais) e o
Ministério da Agricultura, que formaliza os registros.
"Ainda existe uma fila muito grande, mas devido à
melhor articulação entre Anvisa, Ibama e Ministério da Agricultura, houve esse
aumento dos produtos registrados", acrescenta. g1, com foto: Reprodução/Youtube/Foco do Brasil
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