11/01/2021
Curado da Covid-19, Mourão diz que tomará vacina e que não vai furar fila
O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta segunda-feira
(11) que vai tomar a vacina contra Covid-19 mas que não vai "furar
fila", ou seja, não receberá o imunizante antes das pessoas que têm
prioridade segundo os critérios definidos pelo Ministério da Saúde. Mourão voltou ao trabalho nesta segunda após 12 dias em
isolamento no Palácio do Jaburu para tratamento da doença. A jornalistas ele
defendeu ainda que a imunização contra a Covid-19 é uma questão coletiva, e não
individual. "[Pretendo tomar a vacina] dentro da minha vez. Eu sou
grupo dois de acordo com o planejamento [do Ministério da Saúde]. Não vou furar
a fila, a não ser que seja propagandística", disse o vice-presidente se
referindo à possibilidade de tomar vacina ante do prazo para incentivar outras
pessoas a aderirem à campanha de imunização. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) analisa
o pedido de uso emergencial no Brasil de duas vacinas contra a Covid-19. Uma é
do Instituto Butantan, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês
Sinovac. A outra é desenvolvida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em
parceria com a Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca, do Reino
Unido. O vice-presidente defendeu ainda que "a vacina é para
todo o país" e "uma questão coletiva." As declarações de Mourão
vão na direção oposta daquelas feitas pelo presidente Jair Bolsonaro, que tem
dito que não vai tomar a vacina e defende que ninguém seja obrigado a se
vacinar. "Eu acho que a vacina é para o país como um todo, é uma
questão coletiva, não individual. O individuo aqui está subordinado ao
coletivo, neste caso", disse Mourão. O vice falou sobre o período de isolamento e os sintomas da
doença. "Eu tive três dias ali que realmente os sintomas foram mais
pesados e, depois, não", disse "A partir do quinto, sexto dia, eu
estava bem", descreveu. Ele também lamentou o "número elevado" de mortes
por Covid-19 no Brasil. Disputa na Câmara O vice-presidente disse que a disputa pela presidência da
Câmara dos Deputados deve ser apertada, mas que os dois candidatos que disputam
o cargo, os deputados Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair
Bolsonaro, e Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado pelo atual presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ) e por partidos de oposição, têm um índice alto de
votações com o governo em matérias analisadas na Casa. "Em qualquer hipótese, o governo tem que ter uma boa
conexão, uma boa ligação com Câmara e Senado, no sentido de a gente poder
aprovar aquilo que é necessário para o país poder avançar", disse. "Nós temos aquelas PECs que estão ali desde o começo do
ano passado, mais a questão das reformas. Então, precisamos trabalhar forte
esse ano", analisou. Estados Unidos Mais tarde nesta segunda, em entrevista à Rádio Gaúcha,
Mourão falou sobre a invasão ao prédio do Capitólio, sede do Congresso dos EUA,
por apoiadores do presidente Donald Trump. O vice-presidente condenou a violência dos invasores, que
não aceitam a derrota de Trump nas eleições presidenciais do ano passado e,
assim como o presidente norte-americano, alegam, sem apresentar provas, que o
pleito foi fraudado. Para Mourão, o processo eleitoral nos EUA foi
"correto".
"A justiça de lá [EUA] analisou e entendeu que não
houve problema. Julgo que o processo eleitoral está correto", disse. G1
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