04/03/2021
Com novo recorde de mortes por Covid-19, Brasil aproxima do maior balanço diário do mundo
A quantidade de mortes pela covid-19 no Brasil nas últimas
24 horas chegou a 1.840 nesta quarta-feira, 3, novo recorde da pandemia no
País, de acordo com dados reunidos pelo consórcio de veículos de imprensa. O
número põe o Brasil perto de assumir a liderança nos registros diários de
óbitos em todo o mundo, só atrás dos Estados Unidos, que têm observado queda na
incidência da doença nas últimas semanas. Os dados do consórcio, composto por Estadão, G1, O Globo,
Extra, Folha e UOL, são coletados junto às secretarias estaduais de saúde.
Nesta quarta-feira, os registros mostraram 367 óbitos no Estado de São Paulo,
227 em Minas Gerais, 186 no Rio e 179 no Rio Grande do Sul, que lideram as
estatísticas absolutas. No cômputo geral, o País já se aproxima das 260 mil
mortes, tendo hoje 259.402 óbitos confirmados pela doença. A média móvel de mortes nesta quarta ficou em 1.332, dado
que representa uma média dos últimos sete dias. Na prática, isso significa
dizer que 9,3 mil pessoas morreram na última semana. O Brasil vive o seu pior
momento da pandemia com avanço nos casos, internações e óbitos pelo novo
coronavírus. Para a Fiocruz, a situação é “alarmante”. Dezoito Estados e o
Distrito Federal têm taxa de ocupação de leitos de UTI covid acima dos 80%. O recrudescimento do cenário coloca o País perto de assumir
o protagonismo mundial em relação aos registros diários de mortes, posto
historicamente ocupado pelos Estados Unidos. Com a ampla vacinação que já
chegou a 78 milhões de doses aplicadas em americanos, o país agora vê queda nos
índices, ainda que elevados na comparação mundial. As fontes diferem sobre o
patamar diário de mortes, mas se assemelham ao mostrar registro abaixo da casa
das 2 mil vítimas. De acordo com a Universidade Johns Hopkins, os Estados
Unidos registraram nesta terça-feira, 2, 1.819 mortes, número que na conta do
jornal The New York Times é de 1.306 e do The Washington Post, 1.742. O Post
aponta 2.321 mortes por covid-19 nos Estados Unidos nesta quarta-feira, 3.
Dessa forma, o Brasil ainda ocupa a segunda posição no ranking, mas as
estatísticas indicam que os registros diários brasileiros podem em breve passar
a serem os mais elevados em caráter absoluto do mundo. No total, há mais
vítimas americanas: 518,7 mil. País tem 10,7 milhões
de casos e Estados adotam mais restrições Os dados do consórcio de imprensa mostram que o País tem um
total de 10.722.221 casos confirmados da doença desde o início da pandemia. Nas
últimas 24 horas, a esse total foi somado 74.376 testes positivos. Segundo o ministério da Saúde, 9.527.173 pessoas se
recuperaram da covid-19 e há outras 862.392 em acompanhamento. Na conta do
ministério, que difere do consórcio em razão do horário de coleta, o País soma
10.646.926 casos, sendo 59,9 mil novos no último dia, e 257.361 óbitos, sendo
1.641 nas últimas 24 horas. O avanço da doença tem feito diferentes Estados adotarem
mais restrições para tentar frear a propagação do vírus. Em São Paulo, o
governo anunciou a adoção da bandeira vermelha a partir deste sábado, 6, com
fechamento de serviços e atividades não essenciais. Entenda aqui o que poderá
funcionar ao longo das próximas duas semanas. O Estadão conta nesta quarta-feira histórias de pessoas que
têm visto de perto o pior momento da pandemia de covid-19 no Brasil. Os relatos
dimensionam o drama por trás dos recordes consecutivos ao longo das últimas
semanas. Mesmo com o aprofundamento da crise, o presidente Jair
Bolsonaro disse nesta quarta-feira que a imprensa está criando “pânico” na
população e se queixou de medidas de restrição e lockdown adotadas para conter
a disseminação do vírus. "Para a mídia, o vírus sou eu”, disse Bolsonaro,
em conversa com apoiadores, no Palácio da Alvorada. “Criaram o pânico. O
problema está aí, lamentamos, mas você não pode viver em pânico. Que nem a
política, de novo, do ‘Fique em Casa’. O pessoal vai morrer de fome, de
depressão?”, perguntou. Consórcio dos
veículos de imprensa
O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os
seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho, de
forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no
Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo
Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após
os registros governamentais continuarem a ser divulgados. Estadão
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