24/03/2021
Brasil ultrapassa a triste e trágica marca de 300 mil mortes pela Covid-19
SÃO PAULO, SP - Em meio ao colapso hospitalar e uma sequência de
recordes negativos nos números da pandemia de Covid-19, o Brasil ultrapassou
nesta quarta-feira (24) a trágica marca de 300 mil mortes provocadas pelo novo
coronavírus Sars-CoV-2. Com a falta de uma coordenação clara nas medidas de combate
à doença, hospitais lotados, unidades de terapia intensiva sem leitos, escassez
de insumos e atrasos na campanha de vacinação, o país registrou 1.999 óbitos em
24 horas, elevando o total de vítimas para 300.675. O trágico número é atingido um dia depois do Brasil perder a
maior quantidade de pessoas para a doença desde o início da emergência
sanitária. Ontem (23), foram 3.251 mortes. A média móvel em sete dias de falecimentos também tem
registrado patamares recordes, com 2.271 vítimas. Já em relação aos casos, o Brasil diagnosticou mais 89.414
pessoas em um dia e somou 12.219.433 contágios no total. A taxa de incidência da Covid-19 está em 5.814,7 brasileiros
a cada 100 mil cidadãos, enquanto que a letalidade está mantida em 2,5%. Entre os estados mais afetados estão São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul. Os números de hoje poderiam ser ainda maiores se o
ministério da Saúde não tivesse anunciado uma mudança no sistema de
notificação, exigindo mais dados sobre as vítimas, o que causou atrasos nos
registros de mortes. A alteração reduziu o número de óbitos em diversos estados,
como é o caso de São Paulo, que notificou 281 mortes após ter registrado 1.021
no dia anterior. As modificações, no entanto, não duraram muito tempo. Nesta
tarde, a pasta afirmou que "foi suspenso o preenchimento obrigatório de
alguns campos de identificação". O Brasil vive o pior momento da pandemia e é o epicentro da
doença em todo o mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde. No ranking mundial, o país liderado por Jair Bolsonaro
aparece na segunda posição com mais mortes e casos, atrás apenas dos Estados
Unidos. Desde março de 2020, quatro ministros já passaram pelo comando do
Ministério da Saúde. O cardiologia Marcelo Queiroga iniciou seu mandato hoje e,
em seu primeiro pronunciamento, disse que sua meta é vacinar 1 milhão de
pessoas por dia, mesmo não explicando como fará isso.
Até agora, o Brasil já imunizou com duas doses apenas 2,09%
da população. ANSA - Foto: André Coelho / Getty Images
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