27/04/2025
Cícero: parceria para acelerar perícias do BPC a crianças neurodivergentes em João Pessoa
JOÃO PESSOA, PB - A Prefeitura de João Pessoa, em parceria
com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), deu início, na manhã deste
sábado (26), ao projeto ‘Inclusão Nordeste’ para garantir o Benefício de
Prestação Continuada (BPC) às crianças neurodivergentes matriculadas na rede
municipal de ensino da Capital. O prefeito Cícero Lucena acompanhou a ação
pioneira que vai se estender às demais cidades de todo o Nordeste e que visa
dar mais dignidade e qualidade de vida a estas crianças e adolescentes. “Minha gratidão ao INSS por escolher João Pessoa para
iniciar este projeto que é um exemplo de sensibilidade e de compromisso com as
nossas crianças. Estamos tendo a oportunidade de acelerar o processo de laudo e
perícia para trazer o benefício que poderia demorar até um ano, mas que estamos
conseguindo praticamente em um final de semana. Este projeto é pioneiro e
espero que sirva de modelo não apenas no Nordeste, mas que se espalhe por todo
o Brasil”, afirmou. 
A ação acontece na Escola Municipal Luiz Vaz de Camões, em
Mangabeira, e atende inicialmente 186 crianças que já tinham o laudo da
neurodivergência, mas aguardavam apenas a perícia do INSS para ter direito ao
beneficio. “João Pessoa é a primeira capital que está recebendo o projeto e é
muito importante este tipo de parceria do Governo Federal com os entes
municipais e estaduais para alcançarmos os objetivos mais rápido”, ressaltou o
superintendente regional do INSS no Nordeste, Caio Maia Figueiredo. Ele explicou que para ter direito ao benefício, é necessário
atender a alguns critérios de renda per capita, possuir laudo médico, estar
inscrito na rede municipal de ensino e no CadÚnico. O INSS participou da ação
com a presença de peritos médicos, assistentes sociais e servidores internos do
instituto. “Com a ação deste sábado vamos beneficiar aproximadamente mil
pessoas destas famílias neurodivergentes, pois toda a família é impactada
quando tem uma criança neurodivergente”, explicou Caio. A secretária de Educação e Cultura da Capital, América
Castro, afirmou que a Sedec enviou ao INSS a relação de 6.394 crianças com algum
tipo de deficiência e ao cruzar os dados verificou que 792 destes alunos já
tinham dado entrada no INSS para conseguir o benefício. Destes, 186 aguardavam
apenas a perícia. “Estamos atendendo estas 186 crianças e vamos ter mais ações
como esta para atender aos demais nos finais de semana, quando os pais têm mais
disponibilidade para estar presentes acompanhando a perícia. Esta ação é muito
importante pois demonstra o compromisso e o cuidado que a gestão tem com a
educação especial”, disse. 
Tratamento A coordenadora da Educação Especial da Rede Municipal de
Ensino, Rejane Lira, destaca como o BPC, que corresponde a um salário mínimo,
poderá ajudar a estas crianças. “A gente sabe das dificuldades financeiras
destas famílias para garantir as terapias às crianças e também para os
medicamentos que são caros. Então, o BPC é muito importante para garantir o
tratamento e desenvolvimento delas com dignidade que é o que elas mais
precisam”, explicou. Charmênia Campos, mãe de três crianças autistas de 12, 6 e 3
anos, aguardava ansiosa pela perícia para garantir o BPC para Benjamin, de 6
anos. “Meus três filhos são especiais, mas não consegui ainda o benefício para
nenhum deles. Se eu conseguir o do Benjamim já vai ajudar muito porque a gente
tem muitas despesas. Meu filho já tem o laudo e eu tinha dado entrada no INSS,
daí a escola pediu para eu vir resolver aqui e foi muito mais rápido”, frisou. 
Quem também aguardava há um ano pela perícia é Fernanda Peixoto.
Seu filho Breno Henrique, de 7 anos, tem distúrbio de conduta e TDAH. “Já tenho
os dois laudos dele e estou sem condições de comprar o remédio porque ou compra
a medicação ou compra comida. O remédio não é barato e também precisamos fazer
terapias para ele se desenvolver melhor”, disse. O benefício O BPC está previsto na Constituição Federal e consiste no
pagamento de um salário mínimo mensal a pessoas com deficiência e a idosos que
não tenham condição de se sustentar ou de serem sustentados por sua família.
Flávio Asevêdo/Felipe Silveira, com foto: Kleide Teixeira/Secom-JP
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